Caminhões lotam pátios de postos da receita após paralisação de auditores
Pátios dos postos de fiscalização da Receita Federal em Mundo Novo e Ponta Porã, a 476 e 323 quilômetros de Campo Grande, terminaram o dia cheios de caminhões que não conseguiram despachar as cargas com a paralisação dos auditores fiscais e analistas tributários. O manifesto foi realizado nesta quinta-feira (14) para chamar a atenção do Governo Federal, que não cumpriu a promessa de enviar ao Congresso Nacional o projeto de reajuste salarial da categoria.
Os condutores terão que esperar até às 8h de amanhã, quando começa o expediente, para realizar o procedimento e seguir viagem. A auditora fiscal Yone de Oliveira, do posto de Mundo Novo, explica que o movimento deixou serviço acumulado e possivelmente os servidores não darão conta de atender toda a demanda. “Com isso, haverá um atraso na importação e exportação”, explica.
Naquele município, segundo ela, só foram fiscalizados automóveis e ônibus. Em dias comuns, apenas parte dos veículos desses tipos são parados, já que as equipes trabalham com amostragem. Porém, em razão do protesto, todos foram vistoriados, o que provocou fila de pelo menos cinco quilômetros, conforme Yone.
Além do aumento, a servidora comenta que também está sendo reivindicada a regulamentação da lei que estipula pagamento de R$ 91 para todos os que trabalham em área de fronteira, o que inclui também policiais rodoviários estaduais e federais. “Isso remonta de 2013 e está até hoje parado”, afirma.
Ponta Porã – Conforme o chefe da equipe aduaneira, Silvério Martins da Costa, o pátio do posto de fiscalização, com capacidade para 30 caminhões, ficou lotado. Vários veículos vão ter que passar a noite estacionados nas proximidades.
Segundo ele, os condutores que carregam cargas perecíveis, como carnes e couro, estão em um espaço em Pedro Juan cedido pela administração local por ter mais segurança.
Em Ponta Porã o atendimento foi normal para o contribuinte que desejava fazer a declaração de bagagem, quando as compras excedem o limite em dólares previsto em lei.
Corumbá - A auditora fiscal Francielle Araújo de Marco explica que o despacho de cargas foi realizado normalmente. No município localizado na fronteira com a Bolívia, a exemplo do que fez o posto de Mundo Novo, todos os veículos foram parados para fiscalização, ao invés de trabalhar com amostragem.
Isso fez com que filas se formassem no local durante toda a manhã. Na semana que vem, segundo ela, o protesto deve afetar também os caminhões.
Protesto – O Sindifisco (Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal) informou que a paralisação acontecerá às terças e quintas, até que o Governo Federal publique uma Medida Provisória que garanta o cumprimento do acordo firmado no início do ano com a categoria a respeito do reajuste.