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Economia

Censo mapeou 93% da Capital e faz “força-tarefa” na última semana de trabalho

IBGE está em fase de apuração e correção de dados para a principal pesquisa do País

Guilherme Correia e Natália Olliver | 28/03/2023 11:29
Agentes do IBGE durante etapa de apuração do Censo. (Foto: Natália Olliver)
Agentes do IBGE durante etapa de apuração do Censo. (Foto: Natália Olliver)

IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) já mapeou 93% dos domicílios em Campo Grande, até esta terça-feira (28), e promove nesta semana uma “força-tarefa” para revisitar domicílios e corrigir eventuais problemas na coleta de dados, bem como encontrar moradores que não tenham respondido à principal pesquisa do País, que mede diferentes questões socioeconômicas e serve para definir políticas publicas.

Segundo a coordenadora do Censo em Campo Grande, Sylvia Assad, a última semana da pesquisa consiste em retornar aos locais onde foram constatados erros, para que haja correções. “Passamos por várias fases da coleta e agora estamos na fase de revisão e apuração dos dados. Isso consiste em retornar aos setores em que identificamos algum erro de cobertura para fazer as devidas conferências.”

“Não temos um número exato de quantos setores precisaremos revisitar, pois isso dependerá da dinâmica do processo. Em cada setor em que identificarmos falhas, voltaremos para corrigi-las. Temos 1,5 mil setores em Campo Grande”.

Ela ressalta que a principal dificuldade é encontrar as pessoas que não estão na residência ou que só ficam em casa à noite ou aos finais de semana. “Essas pessoas são, em sua maioria, aquelas que não responderam ao questionário do censo. Além disso, a população que vive em condomínios representa um desafio adicional, pois precisamos de autorização para acessá-los e muitas vezes não conseguimos essa autorização durante a semana ou à noite”.

“Estamos avaliando os setores que apresentaram um alto índice de não coleta, como os setores que abrangem comunidades, e estamos corrigindo essas falhas para termos um censo com o máximo de confiabilidade possível. Atualmente, já recenseamos 93% dos domicílios, mas estamos sempre buscando melhorar”.

Ela garante que a expectativa é concluir a revisão do Censo até o final de abril, mas avalia que a data pode ser prorrogada, se necessário.

O supervisor de recenseamento do IBGE, José Felipe Ferreira, 26, trabalha no órgão há um ano e comenta que a maior dificuldade é a recepção de moradores que se recusam a prestar informações, bem como os que respondem de forma errônea.

“Às vezes, também, a pessoa não sabe a data em que se mudou e isso acaba comprometendo a coleta de dados. Os condomínios dos bairros da região central são um grande desafio”.

Ludeger respondeu ao Censo nesta terça-feira para corrigir erros. (Foto: Natália Olliver)
Ludeger respondeu ao Censo nesta terça-feira para corrigir erros. (Foto: Natália Olliver)

Um dos moradores que responderam aos questionamentos nesta terça-feira, o aposentado Ludeger Lopes Gonçalves, de 71 anos, relata que se lembra de poucas perguntas, mas respondeu sem problemas.

“Eles me fizeram um monte de perguntas, como se eu trabalhava, quantas coisas tinha em casa, quantas televisões, etc. Eu só tenho uma geladeira e um fogão aqui. Não me lembro de todas as perguntas”.

O Censo acabou? Vale ressaltar que mesmo com o fim oficial da coleta de dados nas ruas, em 28 de fevereiro, os técnicos do IBGE seguem no trabalho de análise dos dados, com previsão da divulgação do resultado final no fim de abril. Em março, serão ainda feitas as tarefas de apuração e verificação para aferir a qualidade do trabalho da operação censitária.

Assim, quem não respondeu, ainda pode procurar o órgão via ligação gratuita no telefone 0800 721 8181. Nesta reta final, os supervisores técnicos do IBGE podem determinar retornos pontuais aos recenseadores em campo.

Isso significa que determinados bairros em algumas cidades de Mato Grosso do Sul ainda podem passar por ações de recenseamento para conferência de dados ou mesmo para determinar se domicílios originalmente encontrados vazios estão, de fato, desocupados.

Pesquisa seria feita em 2020, mas foi adiada por conta da pandemia e por falta de investimento. (Foto: Natália Olliver)
Pesquisa seria feita em 2020, mas foi adiada por conta da pandemia e por falta de investimento. (Foto: Natália Olliver)

Não respondi o Censo, e agora? O IBGE realiza ao menos três tentativas de contato com as pessoas selecionadas para responderem à pesquisa, que dura cerca de três minutos. Responder ao IBGE é um dever legal de todos os brasileiros. Aqueles que se recusarem poderão ser multados.

De acordo com a Lei nº 5.534, de 14 de novembro de 1968, quem se negar a prestar informações solicitadas “ficará sujeito à multa de até 10 (dez) vezes o maior salário-mínimo vigente no País, quando primeiro; e de até o dobro desse limite quando reincidente. Caso a recusa seja reincidente, o cidadão pode ser multado em até 10 vezes o valor do salário mínimo”.

Ou seja, considerando que o salário mínimo de 2023 é de R$ 1.320, a multa pode chegar a R$ 13,2 mil.

Vale lembrar que a lei garante que os dados coletados pelo instituto são sigilosos e são usados apenas para fins estatísticos. “Não poderão ser objeto de certidão, nem, em hipótese alguma, servirá de prova em processo administrativo, fiscal ou judicial”.

Andamento do Censo - Ao Campo Grande News, o IBGE informou que esperava encontrar 1.111.656 domicílios, mas registrou 1.204.704 domicílios, um número 10,8% maior que o estimado. Tais dados têm caráter provisório, já que no final de abril está prevista a divulgação de dados preliminares do Censo. No Estado, foram efetivamente recenseadas 2,6 milhões de pessoas.

Destas, 49% são homens e 51% são mulheres. A média de pessoas por domicílios ficou em 2,82. Em março, serão ainda feitas as tarefas de apuração e verificação para aferir a qualidade do trabalho da operação censitária. Os resultados iniciais do Censo estão previstos para o final de abril, quando serão divulgadas as populações totais.

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