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Economia

Com aluguel mais caro, empresários migram para escritórios compartilhados

Neste modelo, o patrão não precisa arcar com gastos de água, luz, IPTU e limpeza, por exemplo

Por Izabela Cavalcanti | 04/10/2023 13:11
Empresa de desenvolvimento de Software aluga sala em coworking, economizando pelo menos R$ 5 mil por mês (Foto: Arquivo pessoal)
Empresa de desenvolvimento de Software aluga sala em coworking, economizando pelo menos R$ 5 mil por mês (Foto: Arquivo pessoal)

O alto custo para manter uma empresa e ainda desembolsar para pagar o aluguel tem feito empresários migrarem para o coworking, modelo de compartilhamento de espaço e recursos de escritório, tendo menor gasto por mês.

Segundo dados da FGV (Fundação Getúlio Vargas), o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), que mede o aluguel, aumentou 0,37% em setembro.

Além do aluguel mensal, o proprietário precisa ter gasto com água, luz, internet, limpeza, móveis, IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana) e, em alguns casos, até condomínio.

Por outro lado, o sistema de escritório compartilhado oferece de tudo, desde a limpeza até estrutura com mobiliários.

Na Avenida Spipe Calarge, a Icon Coworking, por exemplo, tem serviços a partir de R$ 250 até aluguel por R$ 900 mensais, para gestão de correspondência ou uso de estação de trabalho. No caso do aluguel do espaço, o valor já prevê internet de alta velocidade, água, estacionamento, cópias impressas e até refeitório com micro-ondas e geladeira.

Em pesquisa feita pela equipe de reportagem, uma sala comercial no Bairro Carandá custa R$ 1,7 mil incluso somente aluguel, condomínio e IPTU.

Na Avenida Afonso Pena, no Centro, uma sala de 45 m² está R$ 3,8 mil. Outro local com 87,54 m², também na mesma avenida, custa R$ 3 mil por mês. No Jardim Autonomista, com área de 75 m², o aluguel sai por R$ 3.900.

O analista de sistemas Cristiano Maia dos Santos tem uma empresa de Desenvolvimento de Software. Ele é um exemplo de quem optou por migrar para este modelo de trabalho, junto com seus cinco colaboradores.

Cristiano disse que depois que deixou de lado o aluguel de salas convencionais, conseguiu economizar, no mínimo, R$ 5 mil. Em seu plano atual inclui sala privativa por R$ 1,8 mil por mês.

Sem dúvidas, o coworking é um opção mais econômica, comparado ao aluguel convencional. A economia vai além do aspecto financeiro, pois como empresário não preciso me preocupar com questões de segurança, manutenção de mobiliário, ou até mesmo comodidades, como gerenciar o abastecimento do café dos colaboradores ou até mesmo para clientes que vem nos visitar”, ressaltou Cristiano.

Há 3 meses, o advogado Ercilei Teixeira resolveu abrir o primeiro escritório. Junto ao seu sócio, ele estima economia de R$ 8 mil.

“Realizamos alguns orçamentos antes de entrarmos no sistema e teríamos em média gasto acima de R$ 10 mil, entre compra de mobília, funcionária para limpeza, fiador e demais encargos. Tivemos economia de, no mínimo, R$ 8 mil iniciais”. Atualmente, gasta R$ 2,2 mil pela sala com direito a toda estrutura.

Espalhados pela Capital – O MS.CO (Núcleo Setorial de Coworkings em Mato Grosso do Sul) tem, atualmente, dez associados. A entidade recebe o apoio da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande.

“A criação do núcleo setorial é uma iniciativa com o objetivo de juntar o segmento, e juntos podermos trabalhar para fazer o mercado se organizar e crescer. O nosso status é diferente, o perfil dos clientes que a gente tem é de empresas tradicionais se adaptando ao modelo”, disse o diretor da associação e coordenador do núcleo, Josué Sanches.

Ele também é proprietário de três unidades do Conectivo Coworking. Segundo o empresário, existem empresas que conseguem economizar até 90% com essa mudança.

“Sem dúvida alguma é mais barato, é muito mais funcional. Quando aluga uma sala, tem o custo de preparar, mobiliar, investir na infraestrutura. No coworking tem modelos flexíveis. Temos empresa que tem redução de 90% do seu custo operacional. A demanda aumentou, porém para uma empresa tradicional vir é um processo”, destacou.

Opção de sala para trabalhar no Conectivo Coworking, em Campo Grande (Foto: Divulgação)
Opção de sala para trabalhar no Conectivo Coworking, em Campo Grande (Foto: Divulgação)

No local, a hora avulsa, por exemplo, custa R$ 60. Já uma sala fixa para até três pessoas custa a partir de R$ 1,6 mil; e para o uso de estações a partir de R$ 169.

O administrador de empresas Álver Zandon é proprietário da Energia Coworking. “Está voltando a procura. O empresário pega a sala completa, tem toda a infraestrutura de comunicação, refeitório, área comum. Além de que não fica preocupado com a parte de manutenção, pintura, está prático para ele”, pontuou.

No espaço, o aluguel só funciona mensalmente. Ainda de acordo com o proprietário, a sala para duas pessoas custa a partir de R$ 1.390.

Na visão do presidente do Creci/MS (Conselho Regional de Corretores de Imóveis - 14ª Região), Eli Rodrigues, essa é uma forma de facilitar a vida do profissional.

“O coworking é para um tipo de segmento específico, para uma pessoa que não precisa ter um escritório montado. Por exemplo, um autônomo que precisa marcar reunião com o cliente, vez ou outra, ou até mesmo um empresário de fora da cidade que precisa marcar um encontro em uma cidade específica. Acredito que facilita a vida de alguns, mas não é uma mudança geral de comportamento", finalizou.

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