Com dinheiro para investir, empresários esbarram na inércia da Prefeitura
Ao menos seis projetos estão parados no Conselho de Desenvolvimento Econômico; falta de conselheiros adia reuniões
Desde abril, seis projetos de empresas que querem se instalar em Campo Grande, estão na pauta do Codecon (Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico) para serem analisados. Porém a falta de reuniões para destravar os pedidos, impede que eles saiam do papel.
Pela segunda vez seguida, a reunião do Codecon marcada para esta quarta-feira (4) foi reagendada, desta vez para 13 de maio. O motivo da desistência de hoje, foi a falta de um conselheiro para cumprir a necessidade de quórum. O conselho tem 14 conselheiros, mas são necessários apenas sete para que as reuniões sejam realizadas.
Para conseguir benefícios fiscais junto a prefeitura de Campo Grande como área para instalação e redução de impostos, os empresários entregam ao Codecon uma carta-consulta, com detalhes do projeto, que é analisada nas reuniões. Os adiamentos atrasam ainda mais o andamento dos procedimentos das empresas, que querem se instalar e gerar empregos na cidade.
A ex-presidente do Codecon e ex-secretária da Sedesc (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico), Dharlheg Campos, se afastou do cargo no final do mês de abril para poder ser candidata nas eleições de 2016. A posse do conselho aconteceu em março e de lá para cá, apenas duas reuniões aconteceram.
Quem assumiu em seu lugar foi a suplente Joana Ana Mariano da Silva. Ela não soube dizer se o Codecon é o único que pode avaliar os pedidos dos empresários e não quis falar quantas vagas de empregos seriam geradas com a aprovação dos benefícios, se a reunião tivesse acontecido hoje.
O Campo Grande News entrou em contato com o ex-secretário da Sedesc (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico), Natal Baglioni, que afirmou que apenas o Codecon avalia os pedidos dos empresários. "Quando as reuniões não acontecem, muitos empresários acabam desistindo e atrasa o desenvolvimento da cidade. Se o conselho não reúne, não tem como aprovar nada".
Atraso - Estes seis projetos eram para ter sido aprovados no dia 25 de abril, porém, a reunião foi desmarcada com a afirmação que os conselheiros não haviam analisados o que seria discutido na reunião e nenhum empresário foi avisado.
Remarcada para o dia 29 de abril, por falta de quórum a reunião não aconteceu.
No total, são 14 conselheiros do Codecon e para que os projetos sejam avaliados, é preciso de sete pessoas. Nesta quarta-feira, apenas seis estavam presentes. Os conselheiros reclamaram dos adiamentos e pedem para que o requerimento do conselho seja analisado e o quórum reduzido.
Empresários – Pela terceira vez seguida, a representante de uma empresa de construção que preferiu não se identificar, esteve presente na Planurb (Instituto Municipal de Planejamento Urbano), onde as reuniões acontecem. A empresa pede redução de impostos e pretende gerar 30 empregos diretos.
Uma empresária que também preferiu não se identificar, diz que esteve presente por quatro vezes nas reuniões, mas em nenhuma delas teve o pedido avaliado. A empresa vai gerar 30 empregos diretos. "Toda a documentação da empresa está pronta e falta apenas a avaliação da redução dos impostos que é aprovada pelo conselho para que possa dar andamento".
Outra empresária também reclamou do atraso na avaliação do projeto. "No dia 20 de abril, um dia antes do feriado, liguei na Sedesc para confirmar se teria a reunião na segunda-feira e eles me garantiram. Cheguei aqui e não teve".
Com previsão de gerar 10 empregos diretos, o pedido de área e redução de impostos está desde dezembro para ser avaliado. "Acho engraçado os conselheiros não aparecerem para aprovar esses procedimentos que vão gerar lucro para a Capital e emprego para a população".