Comércio tem movimento intenso, mas lojistas dizem não vender mais
Comércio do centro de Dourados funciona nesta quinta-feira até às 18h e movimento é grande nesta semana; CDL diz que vendas vão se igualar a 2014 no setor de calçados e confecções
O movimento no comércio do Centro de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande, foi intenso na noite desta quarta-feira (23). Até 22h, quando as lojas começaram a fechar, vários estabelecimentos continuavam lotados e havia muita gente nas ruas. Nesta quinta, véspera de Natal, o movimento continua grande.
Giovane Dal Molin, presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas), disse ao Campo Grande News que apesar de muita gente nas ruas, os comerciantes não apontam aumento nas vendas em relação a 2014. Entretanto, a maioria também não sente a queda de até 20% que era esperada, conforme a pesquisa feita em novembro pela Fecomércio (Federação do Comércio de Mato Grosso do Sul).
“Fizemos uma pesquisa com 30 empresários, alguns reclamam, principalmente do setor de construção civil, mas os comerciantes do ramo de calçados e confecções dizem que as vendas estão boas. Podemos dizer que 70% dos comerciantes afirmam que estão vendendo bem e 30% estão reclamando”, afirmou ele.
Segundo o dirigente, apesar da crise do país – que na sua opinião é mais política que econômica – os consumidores têm feito as compras como ocorre todos os anos. “A maior dificuldade no setor de construção civil se explica porque são vendas que na maioria das vezes depende de financiamento e comprar com dinheiro financiado está muito difícil por causa dos juros”.
Segundo Dal Molin, apesar de a maioria afirmar que as vendas estão iguais às de 2014, na prática isso representa uma queda de 10%, pois é preciso considerar a inflação que deve fechar em pelo menos dez pontos percentuais em 2015.
“Tínhamos a expectativa de aumentar as vendas em até 10%, isso sem a inflação, mas não ocorreu esse aumento. Os empresários dizem que o movimento apenas acompanha a inflação do ano, ou seja, teoricamente haverá uma queda de 10% no faturamento”.