Consumidor troca pagamento à vista pelo crédito na compra de material escolar
Para dar conta de pagar pelo material escolar, o consumidor está comprando no crédito. Essa é a constatação de empresários do setor de livraria e papelaria de Campo Grande. Na manhã desta segunda-feira (2), o Campo Grande News percorreu estabelecimentos do setor da Capital para conferir a movimentação nas lojas.
Para Jorge Fernandes, proprietário de uma papelaria no centro da cidade, ainda há quem dê preferência ao pagamento à vista, mas o parcelamento tem sido opção recorrente. "O consumidor está um pouco mais cauteloso esse ano, optando pelos produtos mais baratos. Além disso, o crédito tem sido bastante escolhido", considera.
Só no crédito - Essa foi a opção escolhida pela técnica de enfermagem Vanuzia Figueiredo. "Não vou em muitas lojas pesquisar preços, geralmente compro sempre na mesma loja, mas vou parcelar a compra, não está dando pra pagar à vista", conta.
O mesmo ocorre na loja de Júlia Pereira de Lima, que há 25 anos atua nesse setor. "Neste ano, os pais têm optado mais pelo parcelamento do que pelo pagamento à vista, se comparado com o ano passado. No entanto, não dá para fazer uma análise precisa agora, já que o início das aulas na rede pública de ensino foi adiado, então muitos pais vão deixar para comprar na última hora", avalia.
Vendas prolongadas - Para os empresários, o adiamento no início das aulas nas escolas públicas mantidas pela Prefeitura e pelo governo do Estado acaba estendendo o movimento nas livrarias. "Claro que essa é a época de maior movimento do ano, mas o fato de as aulas começarem daqui uns dias vai acabar esticando as vendas, por isso, é um pouco vantajoso porque, no ano passado, o tumulto foi muito grande", analisa Fernandes.
"As aulas nas escolas particulares e públicas, no ano passado, começaram em datas muito próximas e isso acaba sendo bastante estressante inclusive para os pais. Mas agora vai ser possível comprar com mais calma, já que boa parte dos pais que têm filhos na rede particular já comprou o material", completa.
Para Júlia, o adiamento não traz muitas vantagens, já que desorganiza o cronograma da maioria dos pais. No entanto, ela também acredita que haverá prolongamento no movimento.
Em uma loja que fica na Avenida Bandeirantes, no bairro Amambaí, nossa equipe encontrou a vendedora Taglione Wachholz, que separou a manhã para comprar os itens que a filha, de 10 anos, precisa para cursar o 5º ano do ensino fundamental.
Pesquisa - Para isso, a vendedora disse que sempre visita vários estabelecimentos em busca do melhor preço, independente da "fama" das lojas. "Sempre pesquiso, vale a pena. Nas lojas do centro tem material que está mais caro, aqui (no bairro) a diferença está compensando bastante", afirma.
Com a economia em relação a lojas do centro, Taglione dá à filha a chance de levar para casa itens que mais a agradam. "Ela gosta de bichos, de cachorro, principalmente, então não sai tão caro. Materiais com estampa de personagens e pessoas famosas são mais caros, então não tem problema comprar o que ela gosta.