Conta de energia mais cara revolta consumidores e comerciantes
A partir de julho, a taxa passará de R$ 6,243 para R$ 9,49 por 100 kWh consumidos
A ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), aprovou nesta terça-feira (29) novo aumento nas bandeiras tarifarias que passará a valer a partir a partir do dia 1º de julho. A bandeira atinge o patamar 2, onde serão cobrados R$ 9,492 a cada 100kWh consumidos.
A notícia do aumento causou espanto entre os consumidores e a reclamação foi geral. “Vou ter que economizar ainda mais, orientar as crianças em casa, manter os interruptores desligados, tomar banhos mais rápidos, tirar aparelhos do standby. É o que dá para fazer. Agora começou o inverno gasta mais com chuveiro. Não dava para aumentar essa energia em outro período”, questionou a assistente administrativo Viviane Matzenbacher, 40 anos.
Há 16 anos administrando a padaria da família, Gessyka Câmara, 29 anos, diz que não tem alternativas diante de tantos aumentos na tarifa de energia. Além do alto consumo de luz que gira em torno de R$ 2,7 mil por mês, ela ainda tem despesas com aluguel do prédio.
“Poderíamos colocar energia solar, mas o prédio não é nosso. Não compensa investir. Por ser produção a gente paga uma tarifa maior. Não podemos desligar os equipamentos e parar de produzir. Tá difícil, não sei o que vamos fazer”, reclamou a empresária.
A comerciante Maria Aparecida possui uma conveniência no Bairro Pioneiros desde 1986, ela conta que já desligou tudo que podia, diminuiu o consumo de energia em casa e ainda assim paga R$ 1,3 mil de energia mensal. O novo aumento anunciado pode fazer com que ela feche o estabelecimento. “Vou ter que fechar pois não sei mais o que fazer. Já desliguei freezer, filtro e estufa. Não aguento mais. Esse mês economizei muito e mesmo assim a conta foi de 942 reais de luz”, disse.
Cansado de pagar tarifas exorbitantes de energia elétrica, o empresário Ademir Dantas investiu em energia solar há mais de 2 anos. “Esses aumentos não me preocupam, pois faço o uso de energia elétrica no mercado. Meu conselho é que todo mundo faça o mesmo até porque nesse período de pandemia ajudou muito”.
Bandeira vermelha - As bandeiras tarifárias são cobradas na conta de luz dependendo das condições de geração de energia no país. Quando as condições são favoráveis, não há cobrança (bandeira verde). Quando há problemas, são cobradas as bandeiras amarelas, vermelha ou vermelha patamar 2, a mais alta. Com a troca de bandeira, a taxa passa de R$ 6,243 para R$ 9,49 por 100 kWh consumidos.