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Economia

Corumbaense integra lista da Forbes por captação de investimentos ao Brasil

Conforme a Forbes, Tatiana Pimenta já captou R$ 40 milhões com a empresa de saúde mental à distância

Lucia Morel | 02/04/2023 16:00
Natural de Corumbá, a CEO e fundadora da Vittude Tecnologia, Tatiana Pimenta. (Foto: Forbes)
Natural de Corumbá, a CEO e fundadora da Vittude Tecnologia, Tatiana Pimenta. (Foto: Forbes)

Natural de Corumbá, a CEO da Vittude Tecnologia, Tatiana Pimenta é uma das quatro brasileiras que mais levantaram dinheiro para o Brasil em rodadas de investimento, segundo a Forbes. A startup de acesso a terapia online foi fundada em 2016 e está de vento em popa até hoje. Conforme a revista de negócios, Tatiana já captou R$ 40 milhões com a empresa de saúde mental.

Ela contou à publicação que foi em 2015, quando descobriu um câncer de seu pai, que seus passos rumo ao conhecimento de saúde à distância começou a ser traçado. A empresária já não morava mais na cidade pantaneira há um bom tempo, mas o genitor sim. Foi assim que ela percebeu que muitas situações que tiravam ou pai do meio do Pantanal poderiam ser resolvidas por telemedicina.

“A junção do tempo livre com a curiosidade me levou a estudar sobre telemedicina. Entrei em contato com diversas pessoas do ramo, participei de eventos e percebi que queria criar alguma coisa voltada para o setor, só não fazia a menor ideia do que”, explica.

Em uma das conversas com especialistas do mercado e médicos, ela recebeu uma dica para pensar de forma mais focada em psicologia e não em medicina como um todo. “Acho que aquele foi o dia um da Vittude, quando a minha cabeça abriu para a possibilidade de pensar nessa área”, diz Pimenta. “Eu fazia terapia há quatro anos e gastava em torno de duas horas para conseguir ir até o consultório e nunca pensei em como seria fazer aquele processo online.”

No momento, ela conta que se conectou com a sua experiência de paciente, na qual teve dificuldade de achar um profissional qualificado pelo caderno do convênio. Lá ela não encontrava o currículo do médico, sua formação e nem avaliações sobre o serviço, coisas que faziam falta para escolher a pessoa certa.

Entre o início das ideias e o estabelecimento da empresa houve muitos percalços. Tatiana não entendia de tecnologia, não sabia nada de psicologia e tinha pouca noção sobre o que era empreender na realidade. A questão financeira também foi bastante difícil para ela, porque decidiu parar de trabalhar para focar 100% na futura startup.

“Eu já estava com todas as contas no vermelho e parecia que eu era a única maluca que acreditava que aquele negócio poderia parar de pé, então pensei em desistir”, afirma Pimenta.

Mas, como ela diz, quando as coisas tem que acontecer, elas acontecem. Por uma série de acasos, ela recebeu uma proposta de investimento de uma editora de psicologia, a Vetor. O primeiro investimento foi de R$ 450 mil, muito acima do que a Vittude estava pedindo nos outros pitches.

Essa foi a força que ela e o sócio precisavam para começar a acreditar ainda mais no negócio. Em pouco tempo, eles receberam mais R$ 150 mil de uma empresa que já era parceira no desenvolvimento de software.

Já em 2019, empresa captou novos R$ 4,5 milhões, com a tese de focar em B2B, modelo de negócio de empresa para empresa. Assim, no início de 2020, a Vittude tinha quatro clientes, mas com a pandemia, passou a ter 200. Nesse período, grandes nomes como O Boticário passaram a fazer parte do portfólio, agregando 24 mil vidas ao cuidado da Vittude, que antes tinha apenas 3 mil sob sua gestão.

Em 2021, a empresa já pensava em uma nova rodada de investimentos pelo tamanho que a empresa ganhou e conseguiu levantar mais R$ 35 milhões na Série A, totalizando os R$ 40 milhões que receberam até hoje.

Além da empreendedora, apenas outras três mulheres conseguiram investimentos grandes, sendo elas Mônica Hauck, fundadora e CEO da Sólides, Mariana Dias, CEO e cofundadora da Gupy e Manoela Mitchell, co-fundadora e CEO da Pipo Saúde.

Pensando nesse cenário, Pimenta hoje também investe em empresas com fundadores mulheres, por ter sentido falta de apoio durante a sua jornada. “O que eu mais sinto falta até hoje é não poder contar com as mulheres na jornada, mas espero que as novas gerações tenham o apoio que eu não tive e vou batalhar para atingir isso”, diz a empresária.

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