ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SEGUNDA  25    CAMPO GRANDE 26º

Economia

Curtume dá férias coletivas, mas não paga salários, denuncia sindicato

Advogado da Braz Peli explica que crise provocou fechamento temporário e atraso de remuneração

Mayara Bueno | 04/12/2018 16:58
Sede da Braz Peli em Campo Grande. (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo).
Sede da Braz Peli em Campo Grande. (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo).

A Braz Peli Comércio de Couros, em Campo Grande, deu férias coletivas para 120 funcionários, mas está sem pagar o salário de novembro e também a primeira parcela do 13º salário. Quem denuncia é o presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias do Curtimento de Couro e Pele e Artefatos de Couros de Mato Grosso do Sul, Marques Délio da Silva Souza

O advogado da empresa Aorimar Oliveira da Silva, no entanto, afirma que a remuneração de outubro, que deveria ser paga em novembro, está praticamente quitada e que existe um cronograma para pagamento dos demais salários – o de dezembro, ainda dentro do prazo e o 13º.

De acordo com o presidente do sindicato, os salários dos trabalhadores giram em torno de R$ 1.150 a R$ 1.200, portanto, a folha salarial tem o custo de R$ 138 mil, pelo menos. Ele não soube especificar o montante total, assim como o advogado da empresa. Entre 40 e 50 presidiários que cumprem jornada na fábrica também teriam sido liberados das atividades.

O dirigente afirma que os funcionários foram dispensados, semana passada, com a justificativa de férias coletivas de sete dias. No fim deste período, eles tentaram voltar ao trabalho e receberam a informação de que a folga havia sido prorrogada até janeiro.

A partir das 8 horas desta quarta-feira (dia 5), um grupo de trabalhadores vai novamente protestar por seus salários na frente da empresa, localizada no Indubrasil, saída para Aquidauana. 

Hoje, pelo menos 60 trabalhadores foram até o local com o mesmo objetivo. Na ocasião, um oficial de justiça chegou para cumprir a determinação de apreensão do ônibus usado para transporte de funcionários da empresa.

Enquanto não recebem seus direitos, há trabalhadores, segundo o presidente do sindicato, já com a luz e água cortada em casa, fora a falta de mantimento.

Por sua vez, o advogado da Braz Peli afirmou que existe cronograma para pagamento e que a cesta-básica será distribuída até amanhã. “Dia 6 [de dezembro], seria uma parte do salário de outubro. Até o dia 28, fim de dezembro, eles [empresa] querem regularizar tudo. A primeira parte do 13º até dia 15 e a segunda até 30 de dezembro”.

A justificativa para o atraso e também interrupção dos trabalhos foi a crise pela qual enfrenta o mercado de couro, mas que a ideia é reabertura em janeiro. “Crise no mercado, então não tinha como continuar. Em janeiro, vamos ver como estarão as coisas. As despesas são enormes, gera um custo alto. Mas a empresa está correndo atrás de regularizar”, afirmou o advogado.

Por parte do sindicato, a informação é que a fábrica está com a luz cortada e o telefone também. A reportagem ligou no número disponível na internet, mas a chamada não foi atendida.

Incentivos

A empresa é de José Alberto Berger e teve benefício fiscal suspenso em novembro de 2016 e chegou a acionar a Justiça contra a Sefaz (Secretaria Estadual de Fazenda).

Conforme o governo, a suspensão foi porque a Braz Peli descumpriu o Termo de Acordo 490/2010, que lhe concedeu incentivos fiscais. A grande quantidade de couro que a Braz Peli começou a receber de empresas de outros Estados levou a Sefaz a investigar.

Nos siga no Google Notícias