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Economia

“Dá competitividade aos produtos” do Estado, diz Reinaldo sobre Nova Ferroeste

Governadores de MS e do Paraná formalizaram hoje parceria para viabilizar ligação ferroviária entre Maracaju e Cascavel

Anahi Zurutuza e Gabriel Neris | 19/08/2020 15:25
Reinaldo ao lado de Ratinho Jr., ambos segurando termo de cooperação assinado nesta tarde (Foto: Gabriel Neris)
Reinaldo ao lado de Ratinho Jr., ambos segurando termo de cooperação assinado nesta tarde (Foto: Gabriel Neris)

A tarde foi importante para aumentar "a competitividade do setor produtivo” em Mato Grosso do Sul. A afirmação é do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que comemorou nesta quarta-feira a formalização de parceria com o Governo do Paraná para a construção de ligação ferroviária entre Maracaju e Cascavel (PR). A obra faz parte de projeto mais amplo, tornar a ferrovia atrativa para a privatização.

Os governadores de Mato Grosso do Sul e do Paraná, Carlos Massa Júnior, o Ratinho Júnior (PSD), assinaram nesta quarta-feira (19) termo de cooperação para viabilizar a extensão da Ferroeste até Maracaju, distante 160 quilômetros de Campo Grande. O novo trecho de estrada de ferro vai abrir alternativa logística para escoamento da produção de Mato Grosso do Sul até o Porto de Paranaguá, destino de 30% da produção sul-mato-grossense exportada por mar.

“Temos 95% do que é produzido no Estado transportado por rodovias, o que encarece os custos. Quando a gente interliga 1,3 mil km de ferrovia, a gente aumenta a competitividade dos produtos”, afirmou Reinaldo logo após reunião com o governador do Paraná.

Reinaldo explica que mais uma opção para o transporte de produtos, tende a baratear o que é vendido ao consumidor de Mato Grosso do Sul também. “Aumenta competitividade do setor produtivo, tanto para exportações, quando para importações. Vamos ter um modal ferroviário interligando, com possibilidade das cargas do Paraná entrarem em Mato Grosso do Sul e vice-versa”.

Os dois governos estaduais ainda lançaram hoje a contratação do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental para a construção do trecho ferroviário entre Maracaju e Cascavel.

O projeto de extensão da Ferroeste até Maracaju, batizado como Corredor Oeste de Exportação – Nova Ferroeste, é de responsabilidade da estatal Estrada de Ferro Paraná Oeste S.A.. A empresa detém a concessão para administrar a ferrovia já existente entre Guarapuava e Cascavel, com a possibilidade de extensão até Dourados, até 2078.

O governo do Paraná recorreu à União a fim de tornar o projeto atrativo à iniciativa privada. Em junho deste ano, a Estrada de Ferro Paraná Oeste foi enquadrada no PPI (Programa de Parcerias de Investimentos) do governo federal para ser desestatizada. A ferrovia deve ser concedida por meio de leilão da B3, Bolsa de Valores brasileira, até o fim do ano que vem.

“A empresa ganhadora, espanhola, tem profundo conhecimento de transporte férreo. Será responsável por verificar quando custa a concessão da Ferroeste, assim que tive pronto [o estudo de viabilidade] vamos colocar na Bolsa pra atrair investidores”, afirmou o governador do Paraná.

Linha tracejada em vermelho mostra traçado que terá a Nova Ferroeste no Estado (Infográfico: Thiago Mendes)
Linha tracejada em vermelho mostra traçado que terá a Nova Ferroeste no Estado (Infográfico: Thiago Mendes)

A Nova Ferroeste tem extensão estimada de 1.370 quilômetros. O projeto consiste na construção da ferrovia entre Maracaju e Cascavel; revitalização do atual trecho entre Cascavel e Guarapuava; construção de nova estrada de ferro entre Guarapuava e Paranaguá; e de um ramal entre Cascavel e Foz do Iguaçu.

O investimento está estimado em R$ 8 bilhões, dos quais R$ 3 bilhões só com as obras em Mato Grosso do Sul. A construção do novo trecho deve gerar pelo menos mil empregos no Estado.

Uma vez concluída a conexão com Maracaju, o setor produtivo do Estado terá novo canal de escoamento para as culturas de soja, milho, cana-de-açúcar e algodão; farelo e óleo de soja das esmagadoras da região de Dourados; minério de ferro e calcário; etanol e açúcar das usinas; e rebanhos de bovinos, suínos e galináceos.

O secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck, também defendeu o projeto. “Tem sentido [para Mato Grosso do Sul] quando reduz custo de produção, melhora rentabilidade desses produtores e daquela região. Não são só para grãos, será um importante canal de escoamento de etanol”.

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