Governo firma parceria com Paraná para conectar Maracaju a Cascavel com ferrovia
Construção da estrada de ferro será alternativa logística para escoar produção sul-mato-grossense até o Porto de Paranaguá
Os governadores de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), e do Paraná, Carlos Massa Júnior, o Ratinho Júnior (PSD), assinam hoje (19) termo de cooperação para viabilizar a extensão da Ferroeste até Maracaju, distante 160 quilômetros de Campo Grande. A nova ferrovia vai conectar o Estado a Cascavel e abrir alternativa logística para escoamento da produção até o Porto de Paranaguá.
A parceria será firmada por videoconferência. Além do termo de cooperação, os governos estaduais de Mato Grosso do Sul e Paraná lançam também a contratação do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental para a construção do trecho ferroviário entre Maracaju e Cascavel (PR). O processo é anterior à licitação da obra e encabeçado pelo Executivo paranaense.
O projeto de extensão da Ferroeste até Maracaju, batizado como Corredor Oeste de Exportação – Nova Ferroeste, é de responsabilidade da estatal Estrada de Ferro Paraná Oeste S.A.. A empresa detém a concessão para administrar a ferrovia já existente entre Guarapuava e Cascavel, com a possibilidade de extensão até Dourados, até 2078.
O governo do Paraná recorreu à União a fim de tornar o projeto atrativo à iniciativa privada. Em junho deste ano, a Estrada de Ferro Paraná Oeste foi enquadrada no PPI (Programa de Parcerias de Investimentos) do governo federal para ser desestatizada. A ferrovia deve ser concedida por meio de leilão da B3, Bolsa de Valores brasileira, até o fim do ano que vem.
A Nova Ferroeste tem extensão estimada de 1.370 quilômetros. O projeto consiste na construção da ferrovia entre Maracaju e Cascavel; revitalização do atual trecho entre Cascavel e Guarapuava; construção de nova estrada de ferro entre Guarapuava e Paranaguá; e de um ramal entre Cascavel e Foz do Iguaçu.
O investimento está estimado em R$ 8 bilhões, dos quais R$ 3 bilhões só com as obras no Estado. A construção do novo trecho deve gerar pelo menos mil empregos em Mato Grosso do Sul.
Uma vez concluída a conexão com Maracaju, o setor produtivo do Estado terá novo canal de escoamento para as culturas de soja, milho, cana-de-açúcar e algodão; farelo e óleo de soja das esmagadoras da região de Dourados; minério de ferro e calcário; etanol e açúcar das usinas; e rebanhos de bovinos, suínos e galináceos.
Exportação - Atualmente, o Porto de Paranaguá é o destino de 30% da produção sul-mato-grossense exportada por mar. Entre janeiro e julho deste ano, 2,5 milhões de toneladas foram movimentadas pelo Estado no terminal, atrás apenas do volume no Porto de Santos (3,3 milhões de toneladas), segundo a Secex/MDIC (Secretaria de Comércio Exterior do ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).