De conforto a transporte de cargas, privatização de aeroportos traz otimismo
Representantes do turismo esperam fomentar ainda mais o setor com as melhorias na concessão dos terminais
Nos próximos 60 dias a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) deve homologar o contrato de concessão dos lotes de aeroportos arrematados hoje (18), na B3, Bolsa de valores de São Paulo.
Os terminais aeroportuários de Campo Grande, Corumbá e Ponta Porã entraram no pacote de privatização que ficará sob responsabilidade da Aena Desarrolo Internacional, empresa que pagou R$ 2,45 bilhões para assumir a gestão do bolo de 11 aeroportos nos próximos 30 anos.
Sendo que para o Mato Grosso do Sul, a fatia pode passar de R$ 804 milhões: estão previstos aportes de R$ 377,6 milhões no aeródromo de Campo Grande; R$ 192,6 milhões no de Corumbá; e R$ 234,2 milhões em Ponta Porã.
O investimento de cerca de R$ 7,2 bilhões nos empreendimentos deve ocorrer obrigatoriamente nos primeiros 36 meses assim que assinar o contrato de concessão. E a notícia já é vista com otimismo para o setor de turismo e negócios de Mato Grosso do Sul.
“Com a privatização dos nossos aeroportos e, com os investimentos que a vencedora terá que realizar, teremos equipamentos com mais conforto e, espero que melhores serviços para nossos turistas e usuários. Não sabemos ainda se vai aumentar o fluxo de voos, e se vai influenciar nos hotéis e restaurantes”, afirmou o diretor-presidente da Fundação de Turismo de MS, Bruno Wendling.
Dentre as expectativas de melhorias estão equipamentos para operar voos noturnos e prevenção de acidentes com pássaros. Algo simples para a empresa espanhola que já administra 46 aeroportos no mundo.
A meta do governo federal é justamente tentar universalizar o acesso à infraestrutura para os aeroportos do país. Todo o montante arrecadado no leilão de hoje será destinado ao Fundo Nacional de Aviação para promover novos investimentos no setor, apoiando os aeroportos regionais.
Para o prefeito de Ponta Porã, Helio Pellufo (PSDB), a privatização é excelente. “Teremos um investimento de R$ 220 milhões. Queremos trabalhar para no futuro se tornar um aeroporto de carga, já que estamos próximos ao Porto Seco. Hoje o que temos é turismo de comércio de compras e muitos alunos das faculdades de medicina do Paraguai.”
Em Corumbá, a expectativa do setor de turismo é fomentar ainda mais a pesca esportiva. “A privatização é uma tendência mundial. E se com a privatização do nosso aeroporto houver investimentos, melhoria no atendimento, a atração de mais voos, e atrelado a estes itens tiver políticas públicas de incentivo, somos totalmente favoráveis”, afirmou Ademilson Esquivel da ACERT (Associação Corumbaense das Empresas Regionais de Turismo).
****Matéria atualizada às 18h para acréscimo de informações.