Liberação de máscaras para embarque nos aeroportos divide opiniões
Diretoria colegiada da Anvisa aprovou a medida e anunciou ontem
A desobrigação das máscaras faciais nos aeroportos, anunciado ontem (17) pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), tem divido opiniões. Enquanto alguns ainda usam o item no saguão do Aeroporto Internacional de Campo Grande, outros já deixaram de lado.
No entanto, a nova decisão ainda não foi publicada no Diário Oficial da União. Funcionários seguem cobrando item para embarque, porque dizem que ainda não foi feito o anúncio oficial para a equipe.
A advogada Rosilene Vicente, de 55 anos, é contra a retirada da máscara em ambientes fechados. Ela estava indo visitar a filha, em São Paulo.
“Vou continuar usando. É um ambiente fechado, não dá para saber se quem está ali dentro está doente ou não. Essa decisão para dentro dos aviões é meio precoce. Tirar o uso da máscara em aeroportos e aviões não é o momento ainda”, relata.
O representante comercial, Josias Passos, de 53 anos, está indo para Porto Seguro com a família. Para ele, a decisão também é precoce e afirma que irá continuar usando.
“Acho precoce essa decisão. Nos aeroportos e nos lugares movimentados com grande fluxo de pessoas deveria manter o uso sim. Essa doença pode até voltar, não se sabe. Estamos com a máscara na mochila e quando entrarmos no avião vamos colocar.”
Para o representante comercial Jair Rodrigues, de 67 anos, a pandemia ainda não acabou e, por isso, o uso obrigatório deveria permanecer. Ele estava indo à trabalho para Campinas.
“Acho que não deveria ter liberado. Acho não, tenho certeza que não, pois se você for analisar bem, a pandemia ainda não acabou. Quantas pessoas ainda estão internadas, a gente tem que se cuidar”, pontua.
Em contrapartida, para o engenheiro civil, Arthur Torres, de 32 anos, já passou da hora de retirar a máscara. Ele também estava indo viajar para São Paulo.
“Já passou da hora de tirar o uso obrigatório da máscara no mundo todo, independente do lugar. Esses dias fui para a Europa e lá nenhum lugar mais é obrigatório. O povo tem que aprender a conviver com a doença e não é a máscara que vai impedir quem tiver que pegar”, destaca.
O analista de planejamento e controle de produção, José Eduardo Belli, de 35 anos, ainda usa a máscara, por hábito, mas queria que já tivesse liberado. De São Paulo, ele está indo para Bonito.
“Eu acredito que já deveria estar liberado, mas ainda uso por hábito. Com o avanço da vacinação acho que já tem mais segurança. No dia a dia já nem uso mais”, relata.
Comunicado – O anúncio feito ontem foi aprovado pela diretoria colegiada da Anvisa. No entanto, mesmo com o fim da obrigatoriedade, a utilização continua sendo recomendada e será informada com avisos sonoros. A necessidade de distanciamento foi suspensa.
A análise técnica da Anvisa apontou que a flexibilização não vai impactar no número de mortes por covid-19.
O desembarque dos passageiros por fileiras continua obrigatório, assim como o procedimento de desinfecção.