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Economia

De olho nas variações do mercado, produtores atrasam venda da soja

Ricardo Campos Jr. | 27/01/2018 14:02
Plantação de soja em Mato Grosso do Sul (Foto: Marcos Ermínio)
Plantação de soja em Mato Grosso do Sul (Foto: Marcos Ermínio)

O baixo preço da soja no mercado faz com que os produtores atrasem a venda antecipada da produção. Levantamento da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) aponta que 2,33 milhões de toneladas do grão já foram negociados de um total de 8,56 milhões projetados para a safra deste ano.

Esse volume, correspondente às transações feitas até o dia 23 de janeiro, corresponde a 27,25% do que se espera colher, um atraso de 7,5 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano passado, quando 34,75% da produção havia sido previamente vendida.

“Os motivos para o atraso é que, na verdade, o produtor rural está atento aos fatores de formação do preço da soja. Não se trata, necessariamente, de receio”, disse ao Campo Grande News o analista técnico do sistema Famasul, Luiz Gama.

Segundo ele, os agricultores têm acompanhado a taxa de câmbio, os preços internacionais e até o clima em outros países produtores, uma vez que esses são alguns dos fatores que pesam na composição dos valores.

“Com isso em mente, eles aproveitam as janelas de comercialização, por exemplo, quando há uma alta nas cotações internacionais que repercute no mercado interno e o agricultor aproveita e faz suas vendas”, completa Gama.

Soja pronta para ser colhida em 2017: 34,75% da produção havia sido previamente vendida até o fim de janeiro (Foto: Marcos Ermínio / arquivo)
Soja pronta para ser colhida em 2017: 34,75% da produção havia sido previamente vendida até o fim de janeiro (Foto: Marcos Ermínio / arquivo)

Esse atraso, segundo o analista, pode acarretar em aumento da disponibilidade do grão, pressionando ainda mais os preços para baixo. “Por isso, é de fundamental importância que a decisão esteja sempre calcada no acompanhamento do custo de produção, para o controle de suas finanças”, orienta.

Alguns fatores, em contrapartida, podem ajudar a amenizar a situação, como a valorização do dólar, alta nos preços internacionais ou adversidades climáticas em outros países produtores.

Por enquanto o preço da saca acumula alta tímida de 0,5% até o dia 22 de janeiro, já que iniciou o ano em R$ 62,25 e no último levantamento estava em R$ 62,56 . A perspectiva, segundo a Famasul, é de crescimento para 2018.

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