Derivados do leite ficam 100% mais caro e só promoção salva consumidor
A alta no preço do leite e dos produtos derivados, como o queijo, requeijão e a manteiga, pesaram no bolso nas últimas semanas. De acordo com comerciantes, o reajuste, unânime entre consumidores, é resultado da escassez do leite por causa do período de seca. Em alguns locais de Campo Grande o quilo do queijo aumentou 100%, subindo de R$ 9,90 para R$ 18,90. Com produtos mais caros, o jeito é pesquisar para encontrar promoções.
Quem está acostumado a ir aos supermercados afirma que nas prateleiras tudo está mais caro, em especial os derivados de leite. “Aumentou muito, a diferença é grande. O iogurte que compro para minha filha está bem caro, até achei que fosse o mercado, mas não é”, contou a comerciante Thaís Kadena, 32 anos.
Para economizar, a opção é diminuir a frequência do alimento na mesa. “Não tem como deixar de comprar. É o iogurte da minha filha. Eu pesquiso promoções e rodo pelos mercados. Mas o que eu faço, às vezes, é comprar com menos frequência”, disse Thais.
No entanto, a corrida pelo melhor preço não compensa, segundo a vendedora Francielly Terra, 18 anos. “A gente acaba gastando na gasolina e acaba ficando elas por elas”, opinou.
Se sobe o valor do leite, consequentemente o preço dos derivados também dispara, como o queijo, queijo cottage, manteiga, nata, entre outros.
No mercadão da Capital, onde a variedade de queijos é grande, o gerente Fábio de Lima, 37 anos, diz que os clientes acabaram sumindo com o reajuste de 100% feito no box. “Subimos de R$ 9,90 para R$ 19,90. O leite está escasso e tudo que é derivado vai lá para cima. Mas em dezembro esses reajustes começam a retrair novamente”.
Segundo ele, o preço até já começou a cair e o queijo que era vendido a R$ 19,90 foi para R$ 16,90 o quilo. “Com muito queijo parado, o produto é levado para câmaras frias onde fica estocado”, disse Fábio sobre a mercadoria que não estava sendo vendida.
Na loja ao lado, a atendente Camila Martinez, 18 anos, explicou que nessa época do ano é comum o preço estar mais alto. “No período de seca, o leite fica escasso”, disse. “Subiu muito, mas já começou a abaixar”. Onde Camila trabalha o queijo subiu de R$ 14,90 para R$ 18,90, reajuste de 28%. “Hoje, já está R$ 16,90. Abaixou um pouco, mas o preço desce devagar”, frisou o cliente Joacir Silva, 60 anos, acostumado a comprar queijo no Mercadão.
Outra realidade- Na contramão de tudo que consumidores e comerciantes afirmaram nas ruas, a economista e gestora do Departamento Econômico da Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Adriana Mascarenhas, afirmou que houve retração de preço, com exceção de alguns produtos. Além disso, ela garantiu que o mercado não vive escassez e sim excesso de produção de leite desde o mês de outubro.
“Nós acompanhamos os produtores e eles estão com excesso de captação de leite, até por isso eles estão vendendo mais barato, o que tem sido negativo para eles”.
A economista lembra ainda que o preço do leite no mercado internacional fez com que as exportações caíssem, o que também contribuiu para a demanda grande de oferta. Adriana explicou ainda que o período de entressafra começa em março, com a aproximação do inverno e há mais de um mês, pelo menos, a situação é de boa quantidade de leite no mercado.
Ela garante que as informações são baseadas nos dados de pesquisa, que apontaram, de acordo com ela, alta apenas no leite longa vida, creme de leite e manteiga. “Nesse produtos, no mês de outubro , o tipo de embalagem comercializada puxa o preço para cima, o que justifica esse aumento”, disse a economista sobre embalagens para comerciantes ou donas de casa que apresentam valores diferentes.