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Economia

Devendo 51 milhões, frigorífico pede recuperação judicial

O pedido foi apresentado à Justiça pelo Frigorífico Boibras, instalado em São Gabriel do Oeste

Maristela Brunetto | 01/08/2023 17:52
Grupo segue operando normalmente no abate e comercialização (Foto: Reprodução Instagram)
Grupo segue operando normalmente no abate e comercialização (Foto: Reprodução Instagram)

O grupo empresarial dono do Frigorífico Boibras, instalado em São Gabriel do Oeste, ingressou com pedido de recuperação judicial para tentar obter prazo alargado e renegociar dívidas que somam R$ 51,1 milhões. O juiz da Vara de Falências e Recuperações Judiciais de Campo Grande determinou uma perícia na documentação da empresa para decidir se recebe o pedido, o que já abre prazo de 180 dias para o grupo tentar equacionar os problemas financeiros.

Além do frigorífico no interior, também integram o pedido o açougue Bigbeef, que funciona em Campo Grande, e a transportadora RC. No pedido levado à Justiça na semana passada, os advogados Lucas Gomes Mochi e Rodrigo Pimentel chegaram a requerer uma liminar para tentar evitar constrições ao patrimônio e valores das empresas desde já, entretanto o magistrado, José Henrique Neiva de Carvalho e Silva, pediu primeiro uma análise da situação financeira por peritos, a partir de dados contábeis, balanços e movimentações financeiras, o que está em curso.

Mochi informou que o pedido de recuperação é uma forma de a empresa ter um fôlego, “se reorganizar e continuar fluindo”. Ele apontou como situações que ajudaram a agravar a situação financeira a queda no preço da carne, a não concretização de plano do grupo exportar para a China e ainda a elevada taxa Selic, que prejudicou na renegociação de contratos.

Segundo ele, o frigorífico segue funcionando normalmente, com condições de abater 620 animais por dia, mas agora a média é de 500 abates de bovinos. São cerca de 400 funcionários. O Sindimassa, sindicato que congrega empregados de setores como panificação, biscoitos e indústria da carne, informou à reportagem que desconhecia o pedido e que mantém relação normal com a empresa, inclusive com negociação salarial.

A reportagem apurou que o frigorífico comercializa carne no mercado local, para outros estados, como Sudeste e Sul do País e ainda exportava, como para o Chile e países árabes. Sendo deferido o pedido de recuperação, as ações e execuções ficam suspensas pelo prazo de 180(cento e oitenta) dias e a empresa tem 60 dias para apresentar um plano de renegociar suas dívidas. O pacote incluído no pedido contém dívidas bancárias, trabalhistas, com postos, empresas de peças.

Sindicatos que atuam em Campo Grande e também no interior foram procurados para saber se havia outros frigoríficos em crise, ou mesmo com atraso em pagamentos, o que poderia indicar dificuldade de quitar compromissos, mas não identificou situações problemáticas.

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