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Economia

Dólar sobe por mais um dia e aproxima-se de R$ 5,50

Bolsa não acompanha mercado norte-americano e fecha estável

Welton Máximo, da Agência Brasil | 05/10/2021 18:40
O dólar comercial encerrou esta terça-feira (5) vendido a R$ 5,485, com alta de R$ 0,039 (+0,71%). (Foto: Reuters)
O dólar comercial encerrou esta terça-feira (5) vendido a R$ 5,485, com alta de R$ 0,039 (+0,71%). (Foto: Reuters)

Em mais um dia de turbulências domésticas e externas, o dólar voltou a subir e aproximou-se de R$ 5,50, no maior valor em mais de cinco meses. A bolsa de valores não acompanhou a recuperação do mercado norte-americano e fechou praticamente estável.

O dólar comercial encerrou esta terça-feira (5) vendido a R$ 5,485, com alta de R$ 0,039 (+0,71%). A cotação abriu em queda, caindo para R$ 5,42 pouco antes das 10h, mas reverteu o movimento e passou a subir após a abertura das negociações nos Estados Unidos. Depois de passar a maior parte do dia em torno de R$ 5,46, a moeda norte-americana intensificou a alta perto do fim das negociações em meio a tensões políticas no Brasil.

Com o desempenho de hoje, o dólar está no nível mais alto desde 23 de abril, quando tinha fechado a R$ 5,497. A divisa acumula alta de 5,71% perante o real em 2021.

O dia também foi marcado pela instabilidade no mercado de ações. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 110.458 pontos, com alta de apenas 0,06%. O indicador alternou altas e baixas ao longo do dia, chegando a subir 1,16% por volta das 13h30, mas perdeu força ao longo da tarde até fechar próximo da estabilidade. A bolsa acumula perda de 7,19% no ano.

Fatores domésticos e internacionais afetaram o mercado hoje. No exterior, uma nova rodada de valorização nos juros dos títulos do Tesouro norte-americano jogou o dólar para cima. Taxas mais altas nesses papéis, considerados o investimento mais seguro do mundo, estimulam a retirada de dinheiro de países emergentes, como o Brasil.

O mercado aguarda a divulgação do relatório de emprego nos Estados Unidos em setembro, na próxima sexta-feira (8), para analisar se o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) começará a retirar os estímulos monetários concedidos durante a pandemia. Paralelamente, as incertezas em torno da incorporadora imobiliária chinesa Evergrande também têm provocado turbulências no mercado internacional, com o receio de que uma eventual quebra da empresa afete a economia da China e reduza as exportações do Brasil.

No plano interno, o dólar intensificou a alta no fim da tarde, após declaração do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), de que a ampliação do Bolsa Família poderia depender de outros recursos, além da reforma do Imposto de Renda. A afirmação provocou receio de aumento de gastos públicos sem receitas suficientes para financiá-los.

Paralelamente, a abertura de investigação preliminar na Procuradoria-Geral da República em torno de empresas no exterior no nome do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também pressionaram o mercado.

No domingo (3), os dois informaram que as offshores foram declaradas à Receita Federal, ao Banco Central, à Comissão de Ética Pública da Presidência da República e às demais autoridades competentes. A existência das empresas foi revelada pelo Pandora Papers, investigação de um consórcio internacional de jornalistas com base em documentos vazados de 14 escritórios de advocacia no exterior.

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