Polícia apura se R$ 12 milhões apreendidos em SP têm ligação com "Dark Money"
Notas de reais e dólares estavam escondidas em fundo falso no teto da cabine de carreta com placa de MS
A Polícia Civil em Mato Grosso do Sul apura se os quase R$ 12 milhões, apreendidos nesta quinta-feira (30) pela Polícia Militar Rodoviária de São Paulo, têm ligação com os investigados na Dark Money - operação deflagrada para desmontar esquema de corrupção na Prefeitura de Maracaju, a 160 quilômetros de Campo Grande.
A apreensão levantou suspeita da Polícia Civil de MS, porque, além do alto valor encontrado em espécie, em notas de reais e dólares, o caminhão tinha placas de Maracaju e era conduzido por um homem também morador da cidade sul-mato-grossense.
"As equipes já estão em diligências e já entramos em contato com a polícia de São Paulo, que fez a apreensão para ter mais detalhes", explicou a delegada Ana Cláudia Medina, do Dracco (Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado).
Apreensão - O motorista foi abordado na rodovia Raposo Tavares, a SP-270, em Presidente Prudente. Visivelmente nervoso, levantou suspeita dos policiais, que acabaram vistoriando o veículo.
As notas estavam escondidas em um fundo falso no teto da cabine. Foram apreendidos R$ 7.207.470,00 e $798.560 dólares (R$ 4.344.166,40) totalizando exatos R$ 11.551.636,40. A ocorrência foi entregue na Polícia Federal em Presidente Prudente.
Operação - A Operação Dark Money apreendeu R$ 252 mil em dinheiro e cheques, eletrônicos, smartphones, computadores, muitos documentos, 10 veículos e até barco com carretinha.
Também foram apreendidos armas de fogo e munições de vários calibres, joias e discos rígidos, além de diversas contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas terem sido bloqueadas.
Dos sete mandados de prisão temporária expedidos pelo juiz Marco Antonio Montagnana Morais, seis foram cumpridos contra os ex-secretário de Finanças Lenilso Carvalho Antunes e Daiana Cristina Kuhn, Iasmin Cristaldo Cardoso, Pedro Everson Amaral Pinto, Fernando Martinelli Sartori e Moisés Freitas Victor.
O ex-prefeito Maurílio Ferreira Azambuja (MDB) se apresentou e foi posto em liberdade, sob condição de prisão domiciliar e uso de tornozeleira eletrônica. Fernando e Moisés também conseguiram liberdade provisória, sob as mesmas condições.
Lenilso Carvalho Antunes, que foi candidato a prefeito em 2020, foi preso em hotel de Umuarama e trazido para Mato Grosso do Sul, direto para a Capital. Ele continua preso.