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Capital

Operação ouve 8 servidores de Maracaju e indica conta usada para corrupção

Servidores são ligados à Secretaria de Administração e Fazenda de Maracaju

Adriano Fernandes | 28/09/2021 20:45
Movimentação na sede do Dracco durante a operação. (Foto: Paulo Francis/Arquivo)
Movimentação na sede do Dracco durante a operação. (Foto: Paulo Francis/Arquivo)

Oito servidores da prefeitura de Maracaju foram ouvidos pela Polícia Civil nesta terça-feira (28), em Campo Grande, no âmbito da investigação que apura o desvio de R$ 23 milhões do município, conduzida pelo Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado). De acordo com a delegada Ana Cláudia Medina, chefe da operação os servidores são ligados à Secretaria de Administração e Fazenda do Município e foram ouvidos na condição de testemunhas.

Todos os elementos colhidos até agora "reforçam que uma conta em nome da prefeitura foi aberta e escondida do órgãos de controle interno e externo", comenta a delegada. Os desvios de recurso de verbas públicas teriam ocorrido entre novembro de 2019 a dezembro de 2020. Quem também prestou depoimento no departamento, nesta terça-feira (28) foi o ex-prefeito da cidade, Maurílio Azambuja (MDB), que foi preso na última sexta-feira (24) acusado de participar do esquema. Ele negou todas as acusações, mas teve a prisão temporária convertida em preventiva com cumprimento domiciliar nesta terça-feira (28), com o uso de tornozeleira.

Em depoimento, Azambuja disse que sabia da existência da conta e chegou a assinar alguns cheques, mas acreditava que os valores seriam destinados a uma reserva financeira para pagar folha e fornecedores. Segundo ele, deu autonomia a três funcionários para fazer pagamentos abaixo de R$ 100 mil, que confiava neles e, por isso, apenas conferia valores e assinava cheques sem questionar o destino.

Eram eles o ex-secretário de Fazenda e Administração Lenilso Carvalho Antunes, a ex-diretora do Departamento de Tesouraria Diana Cristina Kuhn e o técnico em edificações e integrante da Comissão Permanente de Licitações do município, Edmilson Alves Fernandes. Os três também estão presos, bem como o empresário Pedro Everson Amaral Pinto. Outros três investigados foram colocados em liberdade com uso de tornozeleira eletrônica, sendo eles: Fernando Martinelli Sartori, Moisés Freitas Victor e Iasmin Cristaldo Cardoso.

Dark Money – Batizada de Dark Money a operação cumpriu em sua primeira fase, 26 mandados de busca e apreensão foram cumpridos pela polícia e resultaram na apreensão de smartphones, computadores, documentos, dez veículos, um barco com carretinha, joias, discos rígidos e várias cédulas de cheque, que somaram R$ 109 mil. Também foram recolhidos R$143 mil em espécie, uma arma de fogo e munições de vários calibres. Diversas contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas também foram bloqueadas.

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