Dona de cimenteira em Bodoquena entra com recuperação judicial
InterCement pertence ao sucessor do grupo Camargo Corrêa; RJ deve ajudar em renegociações com bancos
A InterCement Brasil, gigante na produção de cimento e dona de uma fábrica em Bodoquena, noticiou ao mercado que ingressou com pedido de recuperação judicial na 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais da Comarca da Capital do Estado de São Paulo. Em fato relevante enviado ao mercado, apontou que a medida busca dar fôlego à empresa para renegociação com bancos. Trabalhadores e fornecedores não devem ser prejudicados.
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A InterCement Brasil, proprietária de uma fábrica de cimento em Bodoquena (MS), pediu recuperação judicial em São Paulo devido a dificuldades em renegociar dívidas de R$ 14,2 bilhões com bancos como Bradesco, Itaú e Banco do Brasil, após negociações frustradas com a CSN para venda de ativos. A medida visa reorganizar a estrutura de capital da empresa, que possui 10 unidades de produção e 18 pontos de extração mineral em diversos estados, sem afetar trabalhadores e fornecedores.
A explicação foi que não houve sucesso nas tratativas com outra gigante, a CSN, para venda de ativos e nem com instituições financeiras par renegociação de financiamentos. Os valores devidos chegam a R$ 14,2 bilhões, segundo noticiado. Foram apontados como principais bancos credores o Bradesco, Itaú, Banco do Brasil.
A InterCement Brasil aponta ter 10 unidades de produção, incluindo a de Bodoquena, e 18 pontos de extração mineral, com fábricas em vários estados, como Rio Grande do Sul, Minas Gerais e São Paulo. Na página que mantém na internet, a empresa aponta três linhas de cimentos, com a marca Goiás distribuída para a região Centro-Oeste. Uma fábrica na Argentina não deve ser atingida pelo pedido à Justiça.
“As companhias entendem que a medida proporcionará o tempo necessário para a construção de uma solução definitiva para o equacionamento da sua estrutura de capital, independentemente de eventual processo de venda de ativos, dada a robusta capacidade de geração de caixa das companhias”, constou na manifestação da empresa.
A empresa é controlada pela Mover, sucessora da Camargo Corrêa, companhia com vários empreendimentos, incluindo participação acionária na CCR, detentora da concessão da BR-163 em Mato Grosso do Sul.
Em entrevista ao jornal Valor, o advogado atuante na reestruturação Eduardo Munhoz apontou que a decisão de pedir a RJ e ganhar prazo para pagamento de dívidas não deve impactar na relação com trabalhadores e fornecedores.
Há pouco mais de uma década, quando anunciou ampliação dos investimentos na unidade de Mato Grosso do Sul, a empresa era apontada como uma das principais contribuintes de ICMS (Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação).