Em ano de crise, trabalhador vai optar por pagar contas com o 13º salário
O 13º salário está sendo liberado pelas empresas e o campo-grandense tem muitos planos para essa gratificação. No entanto, grande parte dos trabalhadores quer mesmo utilizar o abono natalino para se livrar das contas.
Segundo levantamento feito pela da Fecomércio (Federação do Comércio de MS), 29% dos entrevistados vão usar o abono para pagar débitos em atraso e outros 7% vão guardar o direito para quitar despesas do início do ano que vem.
Fim da dor de cabeça - Esse é o caso da vendedora Letícia Regina, que quer ficar em dia com o bolso. "Vou usar o 13° para limpar meu nome, regularizar minha situação financeira", afirma.
Segundo o economista Normann Kallmus, da ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande), as pessoas não gostam de fugir da obrigação com as contas.
"O brasileiro gosta de pagar conta, ele não paga não é por que ele não quer ou não gosta. Na verdade, ele quer, mas não tem conseguido quitar seus débitos", analisa.
Por isso, a chegada da gratificação natalina é uma chance de ouro para alcançar tranquilidade financeira. "Com a entrada do 13°, em vez de pensar em gastar mais, o consumidor deve aproveitar esse dinheiro que entra para resolver a vida", aconselha.
De tudo um pouco - A fisioterapeuta Fernanda da Silva quer aproveitar a oportunidade para colocar várias coisas em ordem, e não apenas pagar contas. "Quero fazer de tudo um pouco, a gente faz um joguinho, um cálculo com as contas, e aproveita para passear e tudo mais que der também", compartilha.
Já o chefe de prevenção de perdas, Anderson Marques da Silva, decidiu juntar o 13° dele com ao da esposa. Juntos, vão investir na qualidade de vida. "Há uns três meses decidimos mexer na nossa casa, vamos construir uma varanda, que é algo que queremos há algum tempo", conta.
Cuidado - No entanto, o economista chama atenção para os perigos dos gastos indevidos com presentes nesta época. "É preciso muito cuidado com isso", adianta.
Para ele, essa não deve ser uma prioridade. "Todo mundo sabe que a situação não está fácil, então a crise não é simplesmente uma desculpa para não comprar presentes. Vale a ideia da lembrancinha, fazer alguma coisa simples, plantar uma florzinha e presentar, por exemplo", brinca.
"Mas, para a questão da lembrancinha use a criatividade, seja criativo para resolver esse problema. Não gaste com isso", afirma Normann com segurança.
Investimento - Apesar de ser autônomo e não receber esse direito trabalhista, o cabeleireiro Neme Geroges Chaia, que também é maquiador profissional, comemora o final de ano. Isso porque essa é a época de maior movimento em seu negócio, o que garante ganhos extras.
Por causa disso, o momento foi o escolhido para dar um passo importante na vida: casar. "Vou comprar alguns móveis, investir na casa, comprar alguns equipamentos para meu salão, investir na profissão e, também, casar", conta com o um sorriso no rosto.