Em dias de calor e tempo seco, garaparias vendem até R$ 400 por dia
O tempo quente e seco tem ajudado os donos de garaparia a lucrarem e em agosto, época em que procura pelo produto não consuma ser tão alta. Com o inverno atípico, as vendas aumentaram 60%, recuperando os meses de junho e julho que não foram bons para o segmento.
São de 200 a 250 copos vendidos por dia e os preços variam no centro da Capital, mas o lucro é certo e tem comerciante que ganha até R$ 400, isso se o dia for bem quente.
Esse é o caso do aposentado Edward Brachini, 68, que há 8 anos tem o caldo de cana Jacarandá, localizado na rua Barão do Rio Branco. Ele conta que o tempo seco tem atraído a clientela. "Agosto foi um mês de vendas altas, e acho que dá para recuperar os meses antecedentes, porque agora dá para tirar de R$ 300 a R$ 400, dependendo do dia", explica.
Brachini tem um sítio dentro da cidade e a cana-de-açúcar, ele mesmo que planta. "O gasto que eu tenho é com o copo e com o abacaxi que eu preciso comprar, pois o gelo e a cana eu produzo no meu sítio", afirma.
Os preços da garapa no Jacarandá, variam. O copo de 300 ml custa R$ 3, de 400 ml R$ 4, copo de 500 ml custa R$ 5 e a garrafa com 600 ml sai por R$ 6. O aposentando comenta que nos dias quentes, a clientela fixa sempre pede a quantidade maior de garapa.
No caldo de cana Silvano, localizado na avenida Afonso Pena, esquina com Calógeras, as vendas nos dias quentes, aumentaram 50%. O cliente que parar para se deliciar com a garapa, paga R$ 3 pelo copo de 300 ml.
De acordo com a funcionária da garaparia, Tauany Medina, são vendidos cerca de 200 copos por dia. "No calor as pessoas consomem muita garapa. O cliente paga R$ 3 pelo copo, mas pode beber o quanto quiser, o caldo de cana", explica.
Há 11 anos na antiga praça Cuiabá, a barraca do Tião, a famosa beiçada, vende de 100 a 250 copos de garapa, dependendo do dia quente. Sebastião Soares dos Santos, 52 é o dono. Ele afirma que passou tempos difíceis em junho e julho, mas que com esse calor que tem feito, acredita que vai conseguir recuperar as perdas.
Tião comenta que as vendas aumentaram 50%. A cana-de-açúcar, ele compra de um fornecedor de Terenos, que entrega todos os dias o produto. O abacaxi, limão e gengibre, Tião compra em mercados da cidade. "Eu consigo tirar livre R$ 100 por dia, mas não são todos os dias que têm muito movimento, mas mesmo assim, pago uma funcionária, água, luz e os produtos", revela.
O preço da garapa na famosa beiçada é de R$ 3,50, o copo de 500 ml. "Tenho três opções de garapa: a comum, de abacaxi, limão e a flex, que é a mais pedida, que é a de abacaxi e limão", afirma.
Expansão – Tião pensa em expandir os negócios. Ele afirma que pretende começar a vender almoço, apenas 20 refeições por dia, pastel e cachorro quente. "Os clientes pedem e a gente precisa evoluir, crescer. Estou há 11 anos aqui e não dá para ficar na mesmice", comenta.
Ele não quer sair do local, mas quer uma estrutura melhor, com uma cozinha pequena, mas funcional. "Preciso da ajuda de alguém da Prefeitura para poder instalar uma estrutura igual àquelas dos índios em frente ao Mercadão. Quero expandir meu negócios, esse é meu sonho", conclui.
A garapa do Tião é diferenciada por causa da máquina de moer cana, segundo ele. E qual o diferencial? "Eu! Quem construiu a minha máquina fui eu. Não tem igual na cidade. Estou terminando de fazer uma agora, ela vai chamar "come quieto". Não vai fazer nenhum barulho", finaliza Tião.