Empreendedor de MS cria startup para facilitar acesso à energia limpa
Investimentos iniciais reuniram mais de R$ 10 milhões para serem aplicados no negócio
Nascido em Nova Andradina, a 298 quilômetros de Campo Grande, o administrador Roberto Gandolfo Hashioka é um dos fundadores da Nextron Energia, uma startup criada com o objetivo de democratizar o acesso à energia renovável e que, recentemente, recebeu investimentos iniciais na casa dos R$ 10 milhões. Morando em São Paulo depois de cerca de 10 anos no exterior, volta agora seus olhos ao mercado de Mato Grosso do Sul com o objetivo de firmar parcerias e conectar produtores de energia e consumidores.
“Nós percebemos uma dificuldade muito grande de acesso à informação para quem está querendo economizar e não sabe que tem como usar energias renováveis que são mais baratas que a fornecida pela distribuidora, e de maneira acessível, sem precisar ter todos os custos de instalação de placas solares na própria residência, por exemplo”, explica o empreendedor, que fundou o negócio com Ivo O. Pitanguy.
Energia doméstica - De acordo com Hashioka, que também é formado em Ciência da Computação, um levantamento feito nos Estados Unidos apontou que uma porção mínima da população daquele país teria condições de ter acesso à energia solar. “Em linhas gerais, esse levantamento mostrou que só 30% da população pode acessar energia solar nos EUA, devido a questões logísticas e econômicas. Quem pode pagar, não necessariamente tem espaço para instalar placas solares. No Brasil, também é um investimento alto para o bolso do consumidor doméstico, mas temos espaço para que o setor cresça”, analisa.
Segundo o empreendedor, nos últimos anos, aumentou o interesse de investidores sul-mato-grossenses no setor de usinas solares. “Mas qual é a dificuldade deles? Vender. Imagina se cada um deles tivesse que criar uma Nextron para vender essa energia produzida?”, questiona. Daí surgiu a startup.
Como funciona - “A Nextron gerencia uma carteira de usinas que estão gerando crédito, e conectamos consumidores a esses créditos de maneira simples e intuitiva, por meio de um aplicativo. Nesse app, o cliente consegue se cadastrar e pagar sua conta de luz usando créditos gerados por usinas de energia solar. Ou seja, a gente faz essa gestão cobrando uma taxa do gerador de energia, uma espécie de percentual de gestão disso e, para o cliente final, o serviço é gratuito”, detalha Roberto.
A startup quer sanar a demanda por energia limpa e, ainda, contribuir em uma relação ganha-ganha. “Todo mundo ganha: o investidor, que não precisa se preocupar com a gestão do cliente final, até porque ele não tem know-how para isso; o cliente, que ganha porque economiza na conta de energia; e o Brasil ganha porque diversifica a matriz energética, sem contar ainda o impacto ambiental altamente positivo da geração de energia solar”, analisa Roberto.
Necessidade - Atualmente, 51,6% da oferta de energia do Brasil é de origem não renovável, como petróleo, carvão mineral e gás natural, que são poluentes. A oferta de energia gerada pelas hidrelétricas, por exemplo, é de apenas 12,6%, de acordo com o BEN (Balanço Energético Nacional) mais recente, de 2021, ano base 2020, elaborado pelo Ministério de Minas e Energia.
“Já estivemos em Mato Grosso do Sul falando com federações e associações para encontrar parceiros potenciais e apresentar a Nextron. Em breve, também teremos um escritório da empresa em Campo Grande, que será um ponto de apoio para nossas parcerias regionais com usinas solares”, explica Hashioka. Interessados em firmar parceria podem conhecer um pouco da empresa no site https://nextronenergia.com.br e contatar a startup pelo e-mail: novos-negocios@nextronenergia.com.br.