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Economia

Em 7 anos, uso de energia solar em imóveis no Estado aumenta 1,7 mil vezes

Imóveis dependentes da energia produzida pelo sol saltaram de 19 em 2014 para 33,3 mil

Lucia Morel | 19/03/2022 07:41
Placas solares instaladas ao lado de condomínio, em Campo Grande. (Foto: Kísie Ainoã)
Placas solares instaladas ao lado de condomínio, em Campo Grande. (Foto: Kísie Ainoã)

De apenas 19 para 33,3 mil. O número estratosférico se refere aos imóveis em Mato Grosso do Sul que passaram a usar energia solar num período de sete anos. O aumento de 1,7 mil vezes nessa quantidade mostra o avanço desse serviço no Estado e que, de alguma forma, está gerando economia pro bolso do consumidor.

Para se ter uma ideia, administradora da farmácia Ultra Popular, na Avenida Júlio de Castilho, Kelly Rose Miyashiro, afirma que o estabelecimento passou a usar energia solar em setembro do ano passado e o valor da conta hoje corresponde a 10% do que era pago anteriormente. De R$ 3 mil que eram pagos, atualmente, são cerca de R$ 300,00 ao mês.

“Compensa, sim. A gente gera bastante energia. Geramos toda energia que consumimos e o excedente é abatido na conta”, relata. Ela reforça que há placas solares em duas unidades da farmácia, mas o abatimento está sendo aplicado apenas em uma. “A burocracia da Energisa está atrasando esse processo”, comenta.

Placas solares de fazenda em Campo Grande, na saída para Rochedo. (Foto: Kísie Ainoã)
Placas solares de fazenda em Campo Grande, na saída para Rochedo. (Foto: Kísie Ainoã)

Segundo o coordenador regional Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica) em Mato Grosso, Tiago Vianna de Arruda, o avanço do uso de energia solar é fruto de uma série de situações econômicas e de mercado, mas também, da isenção de taxa de ICMS sobre esse serviço. A expansão começou, segundo ele, em 2016, e tende a crescer ainda mais, devido, principalmente, ao baixo custo de instalação e a economia gerada para o consumidor.

“Se a pessoa botar na ponta do lápis, é um investimento baixo e com um retorno rápido. Em três ou quatro anos, você já pagou o que gastou e a partir daí, é só usufruir, compensando ainda o excedente de produção de energia”, destaca.

Ele exemplifica que para uma casa comum, de cerca de 60 metros quadrados, seria necessário investimento de R$ 16 mil e o custo mensal seria de R$ 333,00. “Mato Grosso e Mato Grosso do Sul são estados com baixa densidade demográfica, e a empresa de energia precisa investir muito em linhas de distribuição e transmissão, o que vira taxa e encarece o serviço”, analisa.

Doceria na Rua Antônio Maria Coelho instalou placas solares recentemente. (Foto: Kísie Ainoã)
Doceria na Rua Antônio Maria Coelho instalou placas solares recentemente. (Foto: Kísie Ainoã)

Conforme a Energisa, concessionária de energia em MS e que também administra o serviço de energia solar, atualmente, a maior geração fotovoltaica instalada no Estado é de uma indústria em Terenos, que gera 4.800 kW aproximadamente, “representando aproximadamente 2% de toda a geração fotovoltaica instalada na Energisa Mato Grosso do Sul”.

Vale destacar que, apesar da expansão, as unidades sustentadas com energia solar representam apenas 3% do universo de consumidores de MS, que somam 1.085.349.

Sobre a suposta burocracia relatada pela cliente, a Energisa informou que para autorizar as compensações, " segue os prazos e processos do órgão regulador, a ANEEL, e adota normas técnicas para a análise e aprovação de projetos que garantem ao usuário do sistema e da rede de distribuição segurança e qualidade quanto as instalações e equipamentos constantes no projeto elétrico."

Matéria editada às 10h46 para acréscimo de informação da Energisa.

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