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Cidades

Iluminação solar chega a aldeia indígena isolada no Pantanal

Ao todo, 2.167 unidades consumidoras já foram beneficiadas na 1ª fase do Ilumina Pantanal

Adriano Fernandes | 18/02/2022 20:18


Depois de beneficiar famílias de ribeirinhos e produtores das regiões pantaneiras mais isoladas, no Estado,  o Ilumina Pantanal chegou a comunidades indígenas da região. Nessa sexta-feira (18) foi celebrada a conclusão da entrega da primeira fase do fornecimento de luz por fonte solar às famílias beneficiadas.

O indígena guató, João de Souza, de 42 anos, morador na aldeia Uberaba foi o último cliente atendido pelo programa nessa fase. Ele vive da pesca e conta que para refrigerar o alimento com o uso de gerador, o custo era muito alto. Com a instalação das placas solares do programa o morador espera poder economizar e melhorar a sua qualidade de vida.

“Gastava mais de R$ 500 com o óleo diesel pro gerador ligado e agora não vou mais me preocupar com isso. Tenho energia à vontade, como guardar o peixe e ainda vou economizar”, conta.

O produtor Rafael Côrrea também foi um dos primeiros clientes beneficiados pelo Ilumina Pantanal e também ressalta como o projeto melhorou a vida dos moradores da região, gerando emprego e renda.

"Vi meu pai correr atrás de gerador a vida inteira para levar conforto e ajudar na nossa produção. Estamos muito felizes com essa nova fase e com o início de desenvolvimento que a energia vai nos proporcionar. Assim, poderemos trazer mais renda para a nossa família", destacou. A cerimônia de conclusão da etapa inicial da universalização do programa, foi realizada hoje no auditório do Sindicato Rural de Corumbá.

Ao todo, 2.167 unidades consumidoras foram beneficiadas pelo programa, sendo 77 famílias atendidas por rede de distribuição convencional, e 2.090 clientes por meio do SIGFI (Sistema Individual de Energia Elétrica com Fonte Intermitente), cuja fonte de energia é solar. O Grupo Energisa investiu R$ 134 milhões no programa, abrangendo os municípios de Corumbá, Aquidauana, Coxim, Ladário, Porto Murtinho, Rio Verde e Miranda.

“Encerramos esta primeira etapa, mas o Ilumina Pantanal continua. Durante o desenvolvimento do projeto, percebemos uma quantidade maior de consumidores em relação ao escopo original e priorizamos os atendimentos aos serviços públicos, escolas, localidades mais carentes como os ribeirinhos do rio Paraguai, os colonos do Paiaguás, comunidades indígenas, além dos produtores rurais. Sabemos que existem muitos outros pantaneiros esperando o seu momento, por isso vamos continuar trabalhando para atender a todos com essa energia 100% limpa e renovável de uma das maiores riquezas do nosso Pantanal e nosso Brasil que é o sol”, garante Marcelo Vinhaes, diretor-presidente da Energisa Mato Grosso do Sul.

Desenvolvido pela Energisa em parceria com o MME (Ministério de Minas e Energia), Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e governo do Estado de Mato Grosso do Sul o programa Ilumina Pantanal é referência para levar energia elétrica a localidades remotas de outros estados, premiado internacionalmente na categoria de melhor Projeto Solar (Solar & Storage Live 2021).

“A Energisa se tornou pioneira nesse pilar de desenvolvimento das regiões de todo o País por não abrir mão da preservação ambiental, melhorar a qualidade de vida da população e promover o crescimento socioeconômico e turístico, como também o Mais Luz para Amazônia”, afirma o CEO do Grupo, Ricardo Botelho.

Para o coordenador do projeto, Heber Selvo, o programa tem uma conotação especial porque além da geração de emprego e renda, evidente nesta última fase, apresentou impactos muito marcantes para pessoas de todas as idades e gerações.

“As crianças passaram a ter acesso ao mundo de forma mais abrangente com a modernização e tecnologia ao alcance também de suas escolas; os adultos passaram a ter mais economia com os alimentos armazenados na geladeira; segurança podendo agora enxergar e se proteger dos animais selvagens à noite, sem falar do conforto que o ventilador - eletrodoméstico desconhecido por alguns em pleno século XXI - trouxe. É uma nova era para todas essas famílias”, explica.

O projeto - A iniciativa de levar energia elétrica para uma das regiões mais remotas de Mato Grosso do Sul e do Brasil nasceu após mais de cinco anos de pesquisas, considerando a preservação do bioma que é Patrimônio Natural da Humanidade.

A chegada da energia é fundamental, por exemplo, para ampliar e aprimorar as pesquisas científicas sobre a fauna da região, em especial da onça-pintada, realizada pela instituição. O insumo facilitará o dia a dia dos pesquisadores, como a manutenção do banco de dados e o manuseio do colar de identificação dos animais.

As famílias que vivem na região receberam um kit de geração de energia solar, formado por quatro placas fotovoltaicas e uma bateria de lítio, além de tomadas e lâmpadas em LED. Algumas casas receberam também geladeiras novas.

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