Empresários perdem R$ 400 milhões e não sabem como pagar funcionários
Setor calcula prejuízo de R$ 100 milhões por dia desde sexta-feira. Shoppings também têm queda brusca no movimento
Os empresários da indústria de Mato Grosso do Sul estimam um prejuízo de cerca de R$ 400 milhões com a paralisação dos caminhoneiros autônomos, que chegaram ao oitavo dia nesta segunda-feira (28) protestando contra o preço do litro do óleo diesel. Desta maneira, o setor já admite que há dificuldade em pagar os salários dos funcionários.
O levantamento é do Radar Industrial, da Fiems (Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul), que leva em consideração o valor bruto da produção, de R$ 33,6 bilhões. A entidade aponta que 100% das indústrias estão paradas desde sexta-feira, ou seja, uma perda diári de R$ 100 milhões por dia.
Foi apresentado hoje na Casa da Indústria, em Campo Grande, o comitê de monitoramento da crise para avaliar o impacto provocado no setor. “Mesmo a reivindicação sendo válida, começa a prejudicar. Está acabando com o gás, trigo, carne. Tivemos a garantia do CMO [Comando Militar do Oeste] a escolta para produtos diferenciados”, disse o presidente da Fiems, Sérgio Longen.
Segundo ele, esses produtos diferenciados seriam medicamentos, alimentos, gás, até mesmo produtos químicos para o tratamento de água.
A dúvida do setor neste momento é se vai pagar o salário ou os impostos. Longen disse que o setor pressiona o governo do Estado para parcelar pagamentos de impostos e reduzir de 17% para 12% a alíquota do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre o preço do diesel.
Também participaram da reunião representantes da Caixa e do Banco do Brasil, que apresentaram linhas de crédito para os empresários.
Levantamento da Fiems também aponta que os shoppings de Campo Grande tiveram uma redução de 60% no movimento com a paralisação dos caminhoneiros. “Muitos empresários estão nos procurando por questões salariais, não tem problema. A greve fez a sua parte, mas temos que reestabelecer a ordem. Senão serão colapsos generalizados”, completou Longen.