Fila dobra esquina com busca por vagas em atacadista e seguro-desemprego
Movimento na Funsat gerou aglomeração na Rua 14 de Julho até a esquina com a Calarge na manhã desta segunda-feira (27)

Chegou às 3h a primeira pessoa da fila que dobra a esquina da Rua Calarge saindo da Rua 14 de Julho em frente à Funsat (Fundação Social do Trabalho) nesta segunda-feira (27). A busca se mistura entre quem foi tentar as vagas que ainda restam das 116 anunciadas pela rede atacadista Assaí e quem precisa do seguro-desemprego porque foi demitido em meio à crise econômica provocada pelo novo coronavírus.
Diretor-presidente da Funsat, Luciano Martins afirma que depois da empresa procurar a Fundação já na sexta-feira (24), no dia seguinte 61 pessoas se apresentaram para concorrer às vagas. A seleção ficou por conta da rede atacadista. Dos, 58 já foram contratados para trabalhar como operadores de caixa e repositores na terceira unidade da empresa em Campo Grande. As vagas remanescentes nesta manhã são para empacotador e fiscal de loja.
Agentes da Guarda tentam evitar aglomeração, mas as pessoas não mantêm distância umas das outras na ânsia de conseguir senha para atendimento. Sonia da Cruz, 32, puxava a fila e foi em busca de uma vaga na rede atacadista. Para isso, chegou às 3h para esperar atendimento que começou às 8h30.
Sônia está sem trabalho há um mês desde que foi dispensada de um restaurante onde trabalhava como auxiliar de cozinha. Ela afirma que no site da Funsat não conseguiu encontrar as vagas para a rede atacadista.
Shirley Ramos, 60, atrás de Sônia, levou até um banquinho para esperar o atendimento e conseguir regularizar o seguro desemprego já aprovado para 5 meses. “Faz menos de um mês que fui demitida”, contou ela, que trabalhava como empregada doméstica para uma família de Campo Grande com carteira registrada.
As senhas já começaram a ser distribuídas e as pessoas organizadas às 7h50. Em ordem de chamada, foram convocadas primeiro as pessoas que foram em busca das vagas, em seguida as que precisam organizar documentação para seguro desemprego e, por último, quem precisa de outro serviço da Funsat.
Quem também foi tentar uma das vagas restantes para a rede atacadista é Rafael Rodrigues, 20. “Trabalhei dois anos como repositor em supermercado e depois fui para o quartel [alistamento obrigatório]”, disse ele, que era o último da fila nesta manhã. A esperança de Rafael é que a experiência no setor seja um plus no momento da seleção.