Fim de promoções nos combustíveis e carne dobram inflação na Capital
Depois de quatro meses sem alta, o custo de vida em Campo Grande mais que dobrou em outubro, em relação a setembro, quando o índice foi de 0,25%. O IPC/CG (Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande), divulgado mensalmente pelo Nepes (Núcleo de Pesquisas Econômicas) da universidade Anhanguera-Uniderp, fechou em 0,52%.
Cinco, de sete grupos pesquisados registram alta. Um dos que mais contribuíram para o índice de outubro foi o setor de transportes, com 2,30%. O índice se deve, em especial, ao aumento dos preços dos combustíveis no mês passado, com o fim das promoções.
Dois setores, saúde e educação, ajudaram a conter a inflação, com quedas de 2,15% e 0,33%, respectivamente. A Educação teve deflação devido a queda nos preços de produtos de papelaria (-3,5%). Os produtos de saúde que tiveram quedas de preços são antiinflamatório e antireumático (-5,63%), hipotensor e hipocolesteríico (-5,39%), antidiabético (-3,92%), entre outros. Os preços que aumentaram são de antiinfeccioso e antibiótico (5,86%) e antimicótico e parasiticida (2,35%).
A inflação justamente no fim do ano é preocupante na avaliação do coordenador do Nepes, Celso Correia de Souza. “Como os últimos meses do ano são, tradicionalmente, de índices inflacionários altos, corre-se grande risco da inflação acumulada em Campo Grade ultrapassar o teto da meta”, explica o pesquisador.
Mais caros - Os que mais contribuíram para a alta da inflação em outubro foram gasolina (0,24%), contra-filé (0,09%), alcatra (0,06%), acém (0,05%), calça comprida masculina (0,04%), arroz (0,04%), etanol (0,03%), hidratante (0,03%), automóvel novo (0,03%) e leite pasteurizado (0,03%).
Mais baratos – Outros dez itens, por sua vez, ajudaram a segurar a inflação. São eles papelaria (-0,04%), cebola (-0,03%), hipotensor e hipocolesterínico (-0,03%), antiinflamatório e antireumático (-0,02%), açúcar (-0,02%), batata (-0,02%), lingerie (-0,02%), psicotrópico e anorexígeno (-0,02%), óleo de soja (-0,01%) e linguiça fresca (-0,01%).
Setores – Segundo o levantamento, o setor de habitação apresentou inflação, fechando em 0,10%. Alguns produtos/serviços deste grupo que sofreram majorações de preços foram carvão (7,46%), máquina de lavar roupa (4,34%), sabão em barra (3,31%), entre outros. Queda nos preços ocorreu com pilha (-3,07%), inseticida (-2,73%), saponáceo (-2,16%), entre outros itens.
O grupo alimentação, cujo em setembro, o indicador era de 0,80%, em outubro registrou alta siginificativa, ficando em 1,05%. Os aumentos de preços mais preocupantes de produtos desse grupo foram salsa, com 24,17%, limão, com 15,25%, contra filé, com 13,68%, entre outros. Já a redução de preços foi diagnosticada em produtos como cebola (-21,74%), coco (-17,84%), manga (-14,78%), melancia (-13,51%), entre outros.
Os hortifrútis, segundo o coordenador da pesquisa, sofrem influência de fatores climáticos e da sazonalidade, por isso os preços variam tanto. “Alguns alimentos aumentam de preços ao término da safra, outros diminuem o valor quando entram na safra e quando o clima é desfavorável há aumento nos preços. Já quando o clima foi propício à produção, os valores caem para o consumidor”, esclarece.
Carnes - De todos os produtos, as carnes são a que mais preocupam em relação aos preços dos próximos meses. Dos treze cortes de carne bovina pesquisados, somente dois caíram de preços em outubro. São eles o filé mignon (-2,63%) e o fígado (-2,10%).
Conforme a pesquisa, o contra filé subiu 13,68%, o músculo 10,90%, o lagarto 6,48%, e paleta 5,90% foram os que tiveram as altas mais significativas. “A tendência para os próximos meses é de que o preço desse produto continue em alta devido às festas de final de ano, em que a demanda por carne bovina normalmente aumenta”, alerta o pesquisador.
O levantamento de outubro revela ainda que o frango resfriado permaneceu com preços estáveis, já os miúdos de frango tiveram redução de preço de -0,60%. Quanto à carne suína, a costeleta sofreu alta de 2,92%, a bisteca de 1,33% e o pernil queda de -0,27%.
Subiu - No grupo transportes, o levantamento demonstra alta de 2,30%. A explicação é dada pelo aumento de preços dos combustíveis como gasolina (7,98%), etanol (1,87%) e diesel (0,66%). Também o automóvel novo teve aumento de 1,62%. Já a queda no preço ocorreu com passagens de ônibus intermunicipal (-2,12%).
O grupo despesas pessoais apresentou índice de 0,68%. Alguns produtos desse grupo que tiveram aumentos foram papel higiênico (4,37%), protetor solar (1,95%), produto para limpeza de pele (0,75%), entre outros. Redução de valor ocorreu com o fio dental (-2,41%).
Com aumento de 1%, o grupo vetuário sentiu a elevação nos preços da calça comprida masculina (6,37%), saia (3,71%), camiseta masculina (1,31%), entre outros. Já, as lingerie (-5,74%), camisa masculina (-2,09%), bermuda e short feminino (-1,81%), tiveram queda nos preços.
Inflação Acumulada – De acordo com as pesquisas, nos últimos doze meses foi registrada uma inflação de 6,48%, número acima do centro da meta de 4,5%, estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) e muito próximo do teto da meta que é de 6,5%. No período, as maiores inflações acumuladas por grupos foram alimentação com 9,81%, educação com 8,49% e despesas pessoais com 8,38%.