Financeiras protestam em frente da Assembleia pela liberação do crédito consignado
Manifestantes não puderam entrar e acompanhar 1º sessão do ano
Aproximadamente 20 pessoas ligadas às empresas financeiras protestam em frente à Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul contra a restrição do empréstimo consignado para servidores públicos estaduais, que é restrito ao Banco do Brasil. A intenção, segundo lideranças do movimento, era entrar, acompanhar a primeira sessão do ano e conversar com os deputados, mas acabaram barrados na entrada.
Janaína Bernardo, representante do protesto, disse ter sido informada que somente convidados à solenidade de abertura do ano legislativo poderiam adentrar. Os trabalhadores resolveram então permanecer na frente do prédio.
Ela afirma que aproximadamente 150 funcionários de financeiras já foram demitidos e algumas empresas do ramo fechadas. Os que continuam atuando correm contra o tempo, na opinião de Janaína. “Em 10 de novembro o governador deu prazo de 90 dias para as operadoras (de crédito) continuarem atuando junto aos servidores estaduais. O prazo termina em 10 de fevereiro. Temos apenas 9 dias para tentar reverter isso”, disse a manifestante.
De acordo com Janaína, já foram reduzidas de 78 para 48 parcelas o empréstimo com desconto em folha para o servidor público em empresas financeiras. O Banco do Brasil continua dividindo em 72.
É a segunda vez que protestam em frente à assembleia. No dia 18 de novembro do ano passado os trabalhadores chegaram a falar com o deputado Youssif Domingos (PMDB), até então líder do governo, que prometeu tentar agendar um encontro entre representantes da classe e o governador, o que segundo Janaína não foi cumprido.
Caso o problema se prolongue, a representante do movimento acredita que a situação das empresas de crédito tende a se agravar. Ela diz não saber ao certo quantas empresas do ramo já fecharam em Campo Grande.
Histórico - O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul obrigava o Estado a permitir a realização de empréstimos consignados em folha dos servidores estaduais com o BMG S/A e com as instituições financeiras associadas à Associação Brasileira de Bancos (ABBC).
No entanto, a medida foi suspensa com liminar do STJ no último dia 8 de novembro em uma decisão proferida pelo ministro-presidente do STJ, Ari Pargendler, contra a decisão da Justiça estadual.
A discussão, desde então, tem girado sobre qual decisão deve valer. O entendimento dos bancos é de que a sentença do TJ deve ser soberana porque julgou o mérito, e não liminar como do STJ.
O principal argumento é das demissões acarretadas pela decisão. Trabalhadores ligados ao ASDECC (Associação de Corretores de Crédito de Mato Grosso do Sul) pediram ajuda aos deputados na Assembleia Legislativa.
De acordo com Cleide Salentin, presidente da associação, atualmente existem 260 financeiras que fazem empréstimos consignados em Mato Grosso do Sul, destas, 150 estão em Campo Grande. São 1200 funcionários registrados, sem contar, segundo Cleide, com os trabalhadores informais.