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Economia

Geada e estiagem causam até morte de bois e preço da carne sobe em MS

Aliny Mary Dias | 27/08/2013 15:37
Falta de pasto tem causado até mortes de bois no interior (Foto: João Garrigó)
Falta de pasto tem causado até mortes de bois no interior (Foto: João Garrigó)

A estiagem e as baixas temperaturas que atingem várias regiões do Estado, principalmente a região sul, nos últimos 30 dias já causam impactos negativos da pecuária da região. A seca no pasto e o baixo peso no rebanho já são responsáveis pelo aumento do preço da arroba do boi em agosto.

Em todo o sul do Estado a situação preocupa, mas em Paranhos, a 469 quilômetros da Capital, a queda de 75% na produção acendeu o sinal vermelho para os produtores em razão de a cidade possuir 97% da economia dependente da pecuária.

De acordo com o presidente do Sindicato Rural da cidade, Moacir João Macedo, 55 anos, há 40 dias não chove na cidade e, em menos de 30 dias, duas geadas atingiram o pasto. “Estamos totalmente sem pasto, tivemos duas geadas complicadas e os produtores estão comprando ração e milho para alimentar o gado”, diz o presidente.

Dos 46 produtores da cidade, sete deles já tiveram perdas bruscas na produção. Cerca de 30 cabeças de gado morreram por falta de alimento, segundo o sindicato. A situação deste ano é a mais precária vivida pelos produtores da região sul nos últimos sete anos.

“A última geada forte que causou impacto pra gente foi em 2007, de lá para cá não tínhamos passado por isso”, explica Moacir.

Produtor não preparou ração para a estiagem atrasada (Foto: João Garrigó)
Produtor não preparou ração para a estiagem atrasada (Foto: João Garrigó)

Com a queda da qualidade do rebanho, quem mais perde são os produtores de gado leiteiro. “Quem produz leite precisa do gado gordo, nossa produção já caiu 75% desde o início dessa seca”, explica o presidente do sindicato.

Para o analista de mercado, Júlio Brissac, a queda na produção da região sul causa impactos imediatos no setor em ato Grosso do Sul. Atualmente, a arroba do boi do Estado é vendida a R$ 99, valor mais alto do que o registrado em junho quando a arroba valia R$ 91 em média.

O aumento, segundo o analista, é resultado do cenário vivido nos pastos da região sul. “Estamos na entressafra e essa situação complica para as indústrias que vão ter que operar com preços mais altos. A diminuição na qualidade de pasto gera produção menor em tudo e são fatores que nos apresentam a previsão da safra de 2014 com preços mais altos”, explica Brissac.

Com o gráfico em mãos, o especialista analisa ainda que o atual cenário da produção bovina no Estado pode fazer com que o preço da arroba supere a média história de 2011. De janeiro a agosto do ano passado, por exemplo, a média do preço foi de R$ 88,75 e a média deste ano já bate os R$ 95,30.

Previsão – Segundo os dados do centro meteorológico da Uniderp/Anhanguera, na madrugada desta terça-feira (27), grande parte da região sul registrou geada. Em Paranhos, houve uma garoa fina que ainda não foi capaz de amenizar a seca no pasto.

Para os próximos dias, a previsão dos meteorologistas é que a pouca frequencia de chuvas e as baixas temperaturas continuem. Pelo menos até o dia 20 de setembro, novas frentes frias podem atingir Mato Grosso do Sul.

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