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Economia

Indústrias não param em MS e funcionários temem por falta de segurança

Setor tem mais de 27 mil trabalhadores e garante que vai reduzir pessoal mas não faltará produção

Rosana Siqueira | 20/03/2020 18:30
Restaurante de frigorífico lotado de trabalhadores sem proteção contra o coronavírus. (Direto das Ruas)
Restaurante de frigorífico lotado de trabalhadores sem proteção contra o coronavírus. (Direto das Ruas)

Enquanto as indústrias ressaltam que estão se adequando às recomendações do Ministério da Saúde, preservando os seus funcionários e dando condições para que eles trabalhem de forma segura, trabalhadores de frigoríficos do JBS denunciam que na prática isso não está acontecendo.

Segundo informações e imagens enviadas ao Direto da Ruas,  canal do Campo Grande News, o número de pessoas é elevado nos refeitórios, sem máscaras, sem álcool gel e equipamentos. Somente nos frigoríficos do Estado são mais de 27 mil trabalhadores em 110 unidades.

De acordo com a denúncia, nos dois frigoríficios do JBS que funcionam na Capital existe  “muita gente gripada, sem ventilação, mais de mil funcionários almoçando juntos compartilhando banheiro, super lotados e até agora a indústria não deu nenhuma posição  se vai dar férias coletivas”. A aglomeração preocupa os funcionários que não quiseram se identificar.

Mesmo assim, o setor não vai parar, ao menos por enquanto, principalmente as indústrias de alimentação e bebidas, segundo a (Fiems) Federação das Indústrias de MS. O presidente da entidade, Sérgio Longen destacou que estão havendo informações desencontradas sobre o setor, devido ao quadro de pandemia do novo coronavírus (Covid-19) decretada pela OMC (Organização Mundial de Saúde). Longen reforçou que “as indústrias de Mato Grosso do Sul continuam em operação”.

 “As indústrias de alimentos e bebidas não pararam de produzir em momento algum para que a população de Mato Grosso do Sul e do resto do Brasil não corra o risco de desabastecimento”, garantiu.

Ele complementa alegando que a federação está trabalhando à disposição dessas empresas que continuam operando e produzindo para atender as demandas da sociedade.

Medidas tomadas- O Sicadems (Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados de Mato Grosso do Sul), por meio do presidente da entidade, Sérgio Capucci, garante que o segmento está tomando medidas para se prevenir contra a proliferação do novo coronavírus e alguns frigoríficos já estudam a concessão de férias coletivas, como é o caso da unidade do JBS em Nova Andradina, enquanto outras reduziram o efetivo de funcionários  que se encaixam no grupo de risco.

“As medidas rotineiras de higienização foram redobradas para evitar a contaminação dos nossos funcionários, evitando redução ainda maior no quadro de trabalhadores”, reforçou Capucci.

Ele disse ainda que a doença colocou em alerta os frigoríficos sul-mato-grossenses, provocando a redução das exportações para os grandes mercados mundiais e a diminuição no quadro de funcionários.

Na unidade do Frigorífico Naturafrig, localizada em Rochedo, 100 dos 750 funcionários, ou seja, 14% estão afastados, incluindo os que estão acima de 60 anos de idade e as mães que não têm onde deixar os filhos devido à suspensão das aulas nas redes públicas e privadas.

“Outra medida adotada é a aferição de temperatura corporal dos funcionários na entrada do frigorífico. Aqueles que não estão em condições de trabalhar, já são liberados para ir para casa”, disse o presidente do Sicadems, que também é sócio-proprietário do Naturafrig.

Ainda de acordo com ele, a situação é preocupante para a indústria frigorífica sul-mato-grossense. “A carne é um produto perecível. Estamos apreensivos, adotando uma série de cuidados, mas podemos enfrentar problemas com logística, se faltar embalagens ou etiquetas, por exemplo, vai comprometer o funcionamento dos frigoríficos e teremos que parar as atividades”, alertou.

Campo Grande News - Conteúdo de Verdade


O outro lado - Questionada sobre os procedimentos adotados nas indústrias, a JBS enviou nota  garantindo que vem adotando medidas para garantir a saúde, o bem-estar e a segurança de todos os colaboradores, fornecedores e clientes.

Como exemplo, cita  proibição de viagens internacionais e redução, ao máximo, das viagens domésticas; quem retornar de países-foco deve passar por uma quarentena de 14 dias e só voltará ao trabalho após a constatação de que está livre do vírus; criação de protocolos de emergência para qualquer membro da equipe que apresente sintomas;.

A companhia ainda alega que aprimorou  as medidas de controle, saneamento e limpeza em todas as instalações e não há nenhum risco para a produção ou os produtos.

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