J&F quer R$ 8 bilhões por empresas e venda da Eldorado pode se concretizar
Irmãos Batista planejam se desfazer de negócios em curto prazo
A Eldorado, gigante do setor de celulose instalada em Três Lagoas, está cada vez mais próxima de sair do controle dos irmãos Wesley e Joesley Batista, que estão no centro de deleções que intensificaram o clima de turbulência política no País.
Segundo informe da agência de classificação de risco S&P (Standard & Poor's), a família Batista, pretende vender, em curto prazo, R$ 8 bilhões em ativos da holding J&F. Na relação de negócios a serem comercializados, pode estar a fábrica sul-mato-grossense.
A informação do relatório da S&P é do jornal Folha de S. Paulo. De acordo com a reportagem, o relatório da agência afirma que a holding dos irmãos Batista colocou à venda linhas de transmissão de energia e a Vigor Alimentos. O mandato para vender a Vigor e as linhas de transmissão foi concedido ao Bradesco BBI e ao Santander, dois dos maiores credores do grupo.
A J&F também estuda passar adiante a fábrica Eldorado, além da Alpargatas (dona das Havaianas) e Flora (higiene e limpeza).
Mesmo sem a oficialização da venda da Eldorado, a empresa já estaria sendo disputada por grupos diversos, entre as quais a Fibria, a principal interessada.
No início desta semana, o Valor Econômico afirmou que produtores de celulose do Brasil e de fora estão entre os interessados em comprar a fábrica.
A Fibria, que também tem unidades em Três Lagoas, está entre as maiores interessadas em adquirir a Eldorado. No entanto, conforme a matéria do Valor, o preço e o acordo de leniência firmado pela J&F podem ser empecilhos a uma oferta vinculante.
Números – A Eldorado, de acordo com o site da empresa, opera em ritmo de 1,7 milhão de toneladas de celulose por ano. Com investimento na primeira fase da planta de R$ 6,2 bilhões, a fábrica emprega diretamente 5 mil pessoas e tem aproximadamente 200 mil hectares de florestas plantadas.