Justiça homologa acordo e rede Marisa deve fechar loja em shopping
Conforme consta no acordo para encerrar processo, empresa deve fechar loja até 31 de dezembro
A juíza da 10ª Vara Cível de Campo Grande, Sueli Garcia, homologou acordo entre a Marisa Lojas S.A e a BR Malls Administração e Comercialização Ltda, responsável pelo Shopping Campo Grande, para a quitação de dívida de alugueis e a empresa deve encerrar as atividades no local até o dia 31 de dezembro deste ano, com a entrega do espaço até 10 de janeiro de 2024, conforme consta no documento enviado à Justiça. A decisão homologando o acordo foi publicada essa semana nos autos do processo, que começou em maio, com pedido de despejo.
A cobrança de faturas vencidas do aluguel somou R$ 429.606,00, valor depositado em juízo no mês de julho e transferido para a administração do Shopping diante do acordo. O pedido de homologação foi apresentado no final de agosto.
Também em julho, a rede nacional de lojas de departamento precisou iniciar negociação com o outro shopping da Capital onde mantém loja, o Norte Sul. A Argopar Empreendimentos e Participações Ltda e Hannah Engenharia e Construção Ltda, responsáveis pelo centro comercial, ingressaram com ação cobrando R$ 698,5 mil e obtiveram ordem de despejo, expedida pelo juiz da 15ª Vara Civel, Flávio Saad Peron.
No caso deste shopping, também foi homologado acordo, para o pagamento dos valores referentes a aluguel, IPTU, multas e juros, para a quitação em parcelas de R$ 116,4 mil, com quitação em janeiro do ano que vem. O acordo contém os termos para atrasos, com incidência de juros e correção e o alerta da hipótese de rescisão e despejo em caso de inadimplência. Entretanto, não há menção ao encerramento do contrato e entrega de loja, como no caso do Shopping Campo Grande, inclusive com o trecho em negrito no documento. O processo do Norte Sul foi mandado ao arquivo provisório, uma vez que o cumprimento da obrigação está em curso.
Varejo prejudicado - Em entrevista publicada hoje (12) no jornal O Estado de São Paulo, o presidente da rede, João Nogueira Batista, considerou que a empresa foi prejudicada pela crise que atingiu o varejo, tendo a inadimplência como um dos fatores. Ele mencionou que as Lojas Marisas não enfrentam problemas com vendas, mas com custos, dai a necessidade de reduzir o número de lojas.
Conforme ele, 25 estavam deficitárias e o fechamento vai permitir melhorar as contas da empresa em R$ 75 milhões. A rede chegou a noticiar que fecharia 88 lojas, na entrevista o CEO menciona que a decisão foi de encerrar as atividades de 92.
Segundo informou à reportagem, a dívida bruta encontra-se em cerca de R$ 210 milhões, somando R$ 90 milhões que os controladores emprestaram. Segundo Batista, a dívida com o mercado, que era de R$ 200 milhões no início do ano, encontra-se em R$ 120 milhões.
Entre as medidas informadas por ele para recuperar a saúde financeira das Lojas Marisa está a parceria com banco para empréstimos a clientes, o que a loja antes fazia sozinha. A reestruturação inclui também parceiros para venda de seguros e consórcios, segundo disse o presidente ao Estadão, analisando que em 2024 a empresa já deve apresentar resultados positivos.