Medo do vírus afasta clientes e queda nas vendas do comércio chega a 80%
Proprietária de loja de roupas registrou queda de 80% nas vendas de novembro até março
O aumento no número de casos de covid-19, tem refletido nas vendas do comércio em Campo Grande. Alguns comerciantes já estimam queda de 80% nas vendas só nos primeiros três meses do ano, e a esperança que eles alimentavam no mês de novembro do ano passado de boas vendas, acabou com o pico da doença em março deste ano.
Apesar de ainda ter muita gente andando pelas principais ruas do Centro neste sábado (13), algumas lojas estavam vazias e os comerciantes analisam que as vendas ainda são baixas para o período, ainda mais por se tratar do segundo sábado do mês.
De acordo com a proprietária de uma loja de roupas localizada entre as Ruas Dom Aquino e Rua 14 de Julho, Kety Mota, 38 anos, comprar nesse momento de pandemia não é mais prioridade. Ela viu as vendas de sua loja caírem em 80% por causa do medo que os clientes têm de contrair covid-19.
“As pessoas não vão se arriscar ir para o Centro se colocar em situação de risco para comprar, por isso elas maneiraram nas compras. Tem bastante gente circulando pelas ruas, mas a maioria são trabalhadores da região central”, afirma.
A gerente Kelly Martins, 34 anos, observa que nem mesmo o segundo sábado do mês, época em que a maioria dos clientes escolhiam para fazer compras na região central, já não é mais o mesmo de antes da pandemia. O fluxo de clientes na loja diminuiu e consequentemente as vendas também. “As vendas estão piores que no ano passado, desde janeiro estamos sentindo quedas nas vendas”, lamenta.
Mas a situação não atinge somente as lojas de vestuário, o setor de móveis e eletrodomésticos também encara o momento com queda nas vendas desde novembro do ano passado. A gerente Marta Cáceres, 49 anos, acredita que a crise financeira é a maior culpada pela queda nas vendas e não necessariamente o medo que as pessoas têm do vírus. “O pessoal continua saindo de casa”, argumenta.
Wilkes de Paula, 29 anos, gerente de uma ótica, conta que a queda de vendas na loja foi entre 10% a 15%. “Esse ano as quedas foram mais bruscas. Viemos de uma esperança [de boas vendas] em novembro e desespero [na queda das vendas] em janeiro”.
Ele acredita que não é só o medo do vírus, mas também a falta de conscientização das pessoas. “A irresponsabilidade da pessoas não é em não ir ao comércio, mas em não cumprir de maneira correta as normas de biossegurança, como uso do álcool em gel e uso correto das máscaras e quem acaba pagando o pato é o comércio”, afirma.
O reflexo na queda das vendas também é notório com a quantidade de estabelecimentos fechados e prédios para alugar, só na Rua 14 de Julho, foram quatro pontos que estão para alugar em quatro quadras da via.