MS é o 5º estado com maior desigualdade salarial entre homens e mulheres
Quase todas as unidades federativas do País apresentaram disparidade na remuneração
Mato Grosso do Sul é o quinto estado com maior desigualdade salarial entre homens e mulheres, de todo o Brasil. A diferença é de 27% entre esses dois grupos. Em média, homens recebem R$ 3.308 e mulheres R$ 2.417.
As informações foram divulgadas em pesquisa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), que se baseou em dados do terceiro trimestre de 2022, da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O estado líder em desigualdade é o Mato Grosso, onde mulheres ganham, em média, 32% menos que homens. Na sequência, aparece Goiás (30%), também na região Centro-Oeste.
Espírito Santo e Paraná empatam (28%), seguidos pelo Estado. Depois, vêm Minas Gerais (25%), São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (24%).
Em território sul-mato-grossense, 44 mil mulheres estão desocupadas - ou seja, sem qualquer tipo de trabalho, formal ou informal. Este número representa 6,9%.
Do total, 594 mil estão ocupadas e 478 mil encontram-se fora da força de trabalho. Cerca de 69% contribuem na Previdência Social, maior índice da região Centro-Oeste, e 40% eram informais, menor índice da região.
O Amapá é o único estado onde as mulheres ganham mais que os homens, cerca de 3%. Em média, elas recebem R$ 2.312 e eles R$ 2.243. No Acre, a pesquisa indicou igualdade nas remunerações - homens recebem R$ 2.268 e mulheres R$ 2.278 - uma diferença inferior a 1%.
Em seguida, as menores diferenças de rendimento entre mulheres e homens foi localizada pelo Dieese na região Nordeste - Piauí (6%) e Bahia (9%). Nesses Estados, porém, a maior parte da força de trabalho feminina (cerca de 60%) está em atividades informais. Dois terços das mulheres ocupadas são negras.
País - De cada 100 pessoas com mais de 14 anos, ocupadas ou em busca de trabalho no Brasil, 44 são mulheres. Elas são, no total, 89,6 milhões. Mas apenas 47,9 milhões fazem parte da força de trabalho.
Eram maioria (55,5%), segundo o IBGE, entre os desempregados no terceiro trimestre do ano passado.
São elas que lideram a maior parte (50,8%) dos 75 milhões dos lares, em todo o País. Isso significa que chefiam 38,1 milhões de famílias — 1,2 milhão a mais que os homens.
Entre as chefes de família, as mulheres negras comandam 21,5 milhões de domicílios (56,5% do total sob liderança feminina). As não negras chefiam o restante, 16,6 milhões (43,5% do total).
Um mosaico de desigualdades no mercado de trabalho foi localizado pelo o Dieese, organização de pesquisa mantida por sindicatos há mais de seis décadas, ao analisar os dados mais recentes do IBGE sobre a força de trabalho nacional: a discriminação é com a mulheres, principalmente negras.
São eloquentes as diferenças na renda do trabalho entre mulheres e homens. A média nacional é de 21%, mas há lugares onde o quadro está muito mais desproporcional. Vale ressaltar que, conforme a Constituição Federal, é vedada a diferenciação de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil.
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, já anunciou que o governo federal apresentará projeto de lei para garantir a igualdade salarial entre homens e mulheres no Brasil. O presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), adiantou que a medida será anunciada nesta quarta-feira, dia 8 de março, em alusão ao Dia Internacional de Mulher, mas detalhes ainda não foram revelados.