O que campo-grandense menos nota é economia durante horário de verão
Uso de ar condicionado e ventiladores impediu queda significativa no valor da conta de luz
O horário de verão só se justifica pela economia no consumo de energia elétrica. E isso é, aparentemente, o que os campo-grandenses menos notam. Com altas temperaturas e mudanças de hábito, luzes desligadas na volta para casa depois do expediente não fazem muita diferença, devido ao ar condicionado e ventiladores ligados durante o dia.
A estudante de Artes, Lucivânia Cavalcante, 46 anos, não percebeu redução no valor da conta de luz. “Não notei nenhuma diferença”, afirmou. “Eu não sou daqui. E o calor aqui de Campo Grande é insuportável. Não tem como não ficar sem ventilador e ar condicionado”, justificou a estudante a permanência no mesmo patamar de consumo de energia durante a vigência do horário de verão.
Avaliação semelhante faz a técnica em enfermagem, Irece Maria Melgueiro da Conceição, 43 anos, “Não vejo diferença no consumo de energia. Não percebo nenhuma economia. É que nesse calor não tem como não ligar com o ventilador. Aí não dá para economizar”, opina.
Apesar de não notar queda no consumo de energia, Irece aprova o horário de verão, porque sobra mais tempo no fim da tarde.
A servidora Suellen da Silva Pereira, diferentemente de Lucivânia e Irece, acredita que fez, sim, economia durante o horário de verão. Ela, no entanto, não soube estimar quanto reduziu o consumo. Quanto à preferencia, a servidora gosta do horário que está retornando neste domingo. “É melhor. Parece que o tempo demora mais pra passar”, justificou.
Embora não seja notada, a demanda de energia é, comumente, reduzida durante o horário de verão. Isso ocorre porque nas horas de pico, das 18h às 21h, é possível usar menos luz, devido ao maior tempo de claridade natural. Mas essa economia vem sendo cada vez menor.
Cada vez menor – De acordo com a ONS ( Operador Nacional do Sistema Elétrico), a economia gerada foi de R$ 159,5 milhões em 2016-2017, 1,5% abaixo do valor economizado em 2015-2016, que correspondeu a R$ 162 milhões. A trajetória de queda vem desde 2013.
O horário de verão foi adotado em 1931 no Brasil, mas era acionado apenas quando o governo julgasse necessário. Em 2008, tornou-se permanente, valendo do terceiro domingo de outubro ao terceiro domingo de fevereiro do ano seguinte.
No ano passado, o presidente Michel Temer chegou a cogitar o fim do horário de verão, devido sua baixa efetividade, conforme demostrado em estudo do Ministério de Minas e Energia. No entanto, com o período de estiagem em dezembro e decorrente redução dos níveis de água nos reservatórios das hidrelétricas, o governo alterou os planos: não acabou, mas reduziu o horário de verão. Neste ano, ele começa em 4 de novembro e não mais em outubro.