Onde funcionário vive como "dono", Copasul caminha para faturar R$ 1 bi
Com foco na valorização dos funcionários e associados, a Copasul viu office-boys virarem diretores e os lucros se multiplicarem. No ano passado, a cooperativa faturou R$ 460 milhões e planeja chegar a R$ 1 bilhão até 2020. Este ano, a previsão é arrecadar R$ 560 milhões, 21,7% a mais que em 2012.
“A empresa é uma escola, o ano inteiro oferecemos cursos para os 650 funcionários, quem quer, participa”, destacou o idealizar e presidente da Copasul, Sakae Kamitani, 82 anos. “O nosso atual diretor financeiro, começou há 24 anos como office-boy, mesmo começo do nosso diretor comercial, que hoje tem 26 anos de cooperativa”, completou para destacar a chance de crescimento profissional dos colaboradores.
Com o mesmo respeito, a Copasul enxerga os 800 associados. “Eles são tratados como se fossem os donos”, disse Sakae. Há 35 anos, a cooperativa iniciou os trabalhos com 27 parceiros.
“Fazemos questão de ouvir todos, porque tenho certeza que o crescimento depende de um trabalho em conjunto”, emendou. Hoje, a empresa atua em Naviraí, Itaquiraí, Eldorado, Juti, Ivinhema, Novo Horizonte do Sul, Deodápolis, Dourados, Caarapó, Maracaju e em Jateí e, neste ano, foi a única do Estado a entrar no ranking da Revista Época das 250 melhores empresas brasileiras.
Ao mesmo tempo, a cooperativa se dedica para transformar parte dos lucros em investimentos. Época de colheita, em fevereiro do próximo ano, por exemplo, estão previstas várias melhorias. No período, a fecularia passará a receber três vezes mais mandioca. Hoje, o armazém comporta 200 toneladas.
Com investimento de R$ 12 milhões, a Copasul está construindo silos e secador em Dourados para receber soja e milho. Também está previsto o aumento da capacidade de armazenamento na unidade de Maracaju. Hoje, o espaço comporta 900 mil quilos de silos e, em fevereiro, será possível receber 1,35 tonelada. No ano passado, foi inaugurado o recebimento de soja em Itaquiraí, após investimento de R$ 15 milhões.
Disposição – Desde a fundação na presidência da Copasul, Sakae tem na cooperativa sua segunda família. Hoje, prestes a completar 83 anos em 27 de outubro, ele divide seu tempo entre a empresa, a família e tratamento da saúde.
Três vezes por semana, ele precisa viajar a Umuarama, no Paraná, para realizar hemodiálise. “Há quatro anos e meio, meus rins não funcionam direito”, contou. Nos outros três dias, Sakae não desgruda da cooperativa.
O domingo, ele ainda encontra tempo para fiscalizar as fazendas, mas não dispensa o almoço em família e o lazer com os amigos. “Depois do meio-dia, jogo buraco com os amigos”, comentou. Questionado se pretende continuar no comando da Copasul, Sakae demonstra mais disposição: “se o pessoal achar que estou bom, continuo”.