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Economia

Para abrir, comércio e serviços são avaliados em 5 pontos na escala de segurança

Três diferentes datas foram estabelecidas ao longo das discussões que envolvem poder público, associações e sindicatos

Izabela Sanchez | 02/04/2020 11:48
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

Abre primeiro quem pontuar melhor. É assim, com critérios de biossegurança (proteção sanitária), que os setores de comércios e serviços têm sido avaliados em tempo de quarentena. A ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande) junto à Prefeitura, estabeleceu 5 diferentes critérios que valem, cada um deles, 1 ponto. Será liberado para reabrir primeiro, os setores com maior pontuação de 0 a 5.

Entenda:

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As discussões estão aceleradas pela urgência de conter a crise econômica da quarentena, mas que ocorrem diariamente, e as três datas diferentes no mês de abril estabelecidas para a retomada gradual ainda podem variar. Por enquanto, conforme divulgou o secretário de meio ambiente e desenvolvimento urbano Luís Eduardo Costa, só os varejistas receberam aval positivo e começam as atividades a partir da segunda-feira (6).

Enquanto lojas de roupa, por exemplo, atingiram entre 4 e 5 pontos.  Estética e concessionárias ficaram entre 2 e 3, com possibilidade de abertura a partir de 8 de abril.  Já as academias, shoppings e universidades classificaram-se entre 0 e 1.

Ficaram para a última data de retomada, a partir do dia 13 de abril, estabelecimentos que nem sequer alcançaram pontuação, conforme explicou o secretário e economista da ACICG, Roberto Oshiro.

Confira as datas e setores:

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Oshiro explica, ainda, que além dos cinco critérios avaliados, cada setor tem sua particularidade e por isso, precisa apresentar seu próprio protocolo de segurança sanitária, que leva em conta até o material da superfície dentro do espaço físico desse estabelecimento, por exemplo.

Ainda que volte de forma gradativa a partir do dia 6, cada loja do setor de varejo que contempla até objetos ligados a saúde (como por exemplo as óticas),  precisa comprovar que está garantindo a higiene nos mínimos detalhes, comenta Oshiro.

Tudo é ainda discutido pela Prefeitura de Campo Grande junto às associações e sindicatos que representam os proprietários, sindicatos dos trabalhadores e outras instituições. O prefeito Marquinhos Trad (PSD) deve divulgar durante a tarde desta quinta-feira (2) como serão as novas regras e não há informação sobre o decreto que regulamenta o funcionamento.

“As academias de ginástica, por exemplo, precisam de um tempo maior, por isso colocamos a partir do dia 13, porque depende dessa possibilidade de estabelecer protocolos de biossegurança. Tem muito metal, onde o vírus tende a sobreviver por mais tempo. Por exemplo, aqueles estabelecimentos que as pessoas têm contato com os produtos, o vírus pode ficar ali, uma roupa, a pessoa vai lá e experimenta, vai ter que pensar uma forma de higienizar”, comenta Oshiro.

O secretário explica que o ideal seria “não permitir que experimente ou toque”, mas no dia-a-dia das lojas de roupa, por exemplo, é praticamente impossível. “Aquela peça precisar ser higienizada ou descansar, o ideal seria reservar, se ela foi experimentada, e deixar só para o dia seguinte”, orienta.

Academias ainda não têm data marcada de retorno, mas entraram no grupo com início a partir de 13 de abril (Foto: Henrique Kawaminami)
Academias ainda não têm data marcada de retorno, mas entraram no grupo com início a partir de 13 de abril (Foto: Henrique Kawaminami)

Oshiro detalha que a interdependência de toda a cadeia econômica também precisa ser compreendida, já que indústrias param e pessoas perdem empregos quando não há consumo. “Óticas são até um serviço paralelo ao de saúde, mas tinha ótica tentando trabalhar com delivery, mas a indústria fechou, a indústria que fabrica as lentes. Como as óticas a maioria estava fechado, não houve demanda”, diz.

Números – O primeiro setor que voltou a funcionar, também com regras específicas em época de pandemia, foi o da construção civil, incluindo as lojas que fornecem insumos para as obras, na segunda-feira (30). Oshiro explica que isso ocorreu pela rapidez com que o setor apresentou o próprio protocolo de biossegurança.

Com a retomada de mais comércios de varejo na segunda-feira (6), segundo o economista, até 70% do setor terciário (venda de serviços e bens materiais) volta a funcionar na cidade.

Oshiro relata, ainda, que são esses setores os que mais precisam, já que têm poucas condições de auto sustentação, com giro baixo, as micro e pequenas empresas. Conforme divulgou o Sebrae, 500 empresários que se encaixam nesse perfil já procuraram ajuda para conter a crise. Além disso, o secretário afirma que eles empregam 60% dos trabalhadores.

“Ele vai atender a maior parte de micro e pequenos, atende a maior parte do comércio dos pequenos, que tem menos condições de suportar dias parados. Nesse primeiro momento a gente vai ter um retorno nos bairros e centro. O comércio pequeno ele é talvez mais representativo que os grandes em volume de geração de renda”, comenta.

Se o ideal e o que está sendo discutido se mantiver, a partir do dia 8, o comércio da estética e as concessionárias representam mais 10% do setor terciário. Por último, ainda com discussões a avançar, estão os shoppings, academias e universidades.

“A gente vai trabalhar durante a semana para verificar esses protocolos, ver se é possível retomar a partir do dia 13, depende da reunião com os setores, a classificação feita inclusive considera isso”, aponta.

Pânico e novas tecnologias – O economista também aponta dois temas que podem fazer a diferença nesse momento. A capacidade do poder público de acalmar as pessoas e mostrar que o futuro está garantido, o fator “pânico”, e também as ideias de inovação. As tecnologias e startups que desenvolvem aplicativos de entrega, por exemplo, resolvem alguns dos critérios de segurança elencados. Oshiro afirma que algumas empresas já ofereceram, gratuitamente, desenvolver novos aplicativos.

“O que é mais importante agora não é estabelecer se pode abrir ou ficar fechado, o que é preciso é tirar esse pânico da cabeça das pessoas. A gente já tinha projetos que estavam sendo desenvolvidos, e agora aceleramos de uma forma absurda. Tem coisas de bairros, muita gente surgindo para ajudar, influencers digitais”, cita ele.

Por último, a atenção deve ser redobrada e o entendimento é que tudo está conectado. Inclusive com o transporte. O secretário afirma que a ideia inicial é que o comércio só funcione a partir das 9h, para não gerar mais aglomerações com outros trabalhadores que utilizam o transporte público em horários anteriores.

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