Para economizar energia, lojas fecham mais cedo e até demitem na Capital
Lojas fechando mais cedo, troca de equipamentos, atendimento apenas com hora marcada, aproveitamento da luz solar e demissão de funcionário. Todas são estratégias adotadas pelos empresários de Campo Grande nos últimos meses, com o objetivo de conter gastos e evitar danos maiores.
Na Única Lavanderia, o investimento para diminuir o consumo de energia foi alto. De acordo com o gerente Gilson Gomes, foi necessário comprar uma secadora a gás para economizar, além de substituir as lâmpadas pelas de Led. "Quando houve o reajuste, essa foi a primeira atitude que tomamos. Estamos reordenando os horários de atendimento, sem prejudicar a clientela e nem impactar nos ganhos", explica.
Anteriormente, a lavanderia funcionava até 18h30 durante a semana e aos sábados, até às 13h. "Encolhemos o horário de atendimento aos sábados e vamos funcionar até 12h, pois foi feito um levantamento e o movimento não é tão grande nesse horário, mas o consumo é grande. Vamos fechar também meia hora mais cedo durante a semana, tudo para poder economizar", comenta.
Com os reajustes de água e energia, o dono do Liko Lava Jato, Denivaldo Poquiviqui Aguilar, demitiu um funcionário na semana passada. Agora, contando apenas com três trabalhadores, a expectativa é de melhoria da clientela. "O movimento vem diminuindo e se eu repassar os reajustes para os consumidores, eu perco mais clientes. Os reajustes foram altos e temos a expectativa que o movimento melhore nos próximos dias com as promoções", afirma.
Segundo a responsável pelo setor financeiro da Chiquinho Sorvetes, Andressa Silva Peres Faria, além de economizar energia mantendo o ar condicionado desligado, a loja também está fechando mais cedo. "No verão, fechava às 2h, agora estamos fechando 0h, mas isso não impacta muito, pelo menos até agora não percebemos diminuir na conta, mesmo com o consumo mais baixo. Não há como fazer muita coisa, porque não podemos desligar nenhuma máquina", analisa.
Luz solar - Salão de beleza é um setor do comércio que também tem um gasto alto com energia. Em abril, a proprietária do Studio Jack Rodrigues, viu a conta subir em 200%, passando de R$ 70 para R$ 230. Jacqueline Rodrigues então, resolveu modificar o jeito que trabalhava. "Não acendo as luzes durante o dia, deixo a claridade entrar e não ligo mais o ar condicionado, só em casos extremos, se estiver muito calor ou muitos clientes no salão e atendo apenas com hora marcada. Essas atitudes ajudaram a reduzir até 60% na conta de energia", ressalta.
Conforme o proprietário do supermercado Gaúcho, Luiz Gaetedicke, há seis meses, foi instalado sensor de presença na gerência e secretaria. A medida deu diferença, o consumo está menor, mas, ainda assim, a conta aumentou. “Procuramos usar mais a luz natural, orientando os funcionários a ligar as luzes só quando precisar mesmo. Fazemos manutenção nos equipamentos de resfriamento, como limpeza nos compressores. Isso não era tão prioritário antes da alta na conta de energia”, afirma.
Há três anos, foram instalados geradores de energia no Alemão Conveniências, como estratégia de poupar. De acordo com o gerente administrativo, Diego Bruschi, com os equipamentos, é possível economizar até 40%. "Com o reajuste, nossa conta saltou 60%, mas ainda estamos segurando para não repassar aos clientes esse aumento", comenta.