Pesquisa mostra que 36% vão pular Carnaval longe de Campo Grande
Sair da cidade vai ser a opção de como aproveitar o Carnaval de 35,9% dos campo-grandenses. De acordo com pesquisa, divulgada nesta terça-feira pela Fecomércio (Fundação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Mato Grosso do Sul), a maioria, 29, 6%, vai para municípios do Estado. A preferência é por Rio Verde, Bonito e Corumbá. Outros 25,7% vão viajar para fora de Mato Grosso do Sul. O gasto médio dos viajantes será de R$ 230.
Por outro lado, a maioria dos campo-grandenses, 64,1%, vai mesmo é ficar em casa e longe da folia. Segundo o pesquisador da Anhanguera/Uniderp, José Francisco dos Reis Neto, fatores econômicos influem na pouca disposição carnavalesca.
Ele explica que quando o Carnaval é em fevereiro, as pessoas ainda estão no ritmo das férias e dispõe de um pouco do décimo terceiro salário. Em 2014, a festa será em março e grande parte das pessoas recebe no quinto dia útil, portanto, depois da festividade.
Neste cenário, o impacto para a economia é considerado pequeno. De acordo com o levantamento, a movimentação em quatro dias será de R$ 47,6 milhões. “É inexpressivo diante das outras datas festivas. O Dia dos Namorados em Campo Grande bate isso”, afirma o pesquisador.
A pesquisa também aponta que 55,7% dos campo-grandenses não gostam de Carnaval e 80,9% não costumam ir aos bailes em clubes. Os desfiles das escolas da Capital só atraem 6% dos entrevistados. Sobre o que pretende fazer no Carnaval, 17,6% responderam que vão descansar em casa.
As outras atividades preferidas são passear com amigos e ler livros. Outros 5% vão aproveitar o período de festa para orações e retiro espiritual. Este é o primeiro levantamento divulgado pela Fecomércio sobre o Carnaval.
Do ponto de vista dos empreendedores, a economista Regiane Dedé de Oliveira afirma que já há um ponto para ser detalhado nos futuros levantamentos. De acordo com ela, 33,7% escolheram a opção outras quando questionados sobre qual tipo de música gostam de ouvir no Carnaval.
A opção desbancou axé, marchinha, pagode, samba e sertanejo. “A opção ‘outras’ teve um percentual alto. É preciso sondar melhor para ver os gostos”, diz. Desta forma, o estilo musical pode ser oferecido pelo setor de entretenimento.
“É preciso renovar isso daí. Poderia movimentar hospedagem, restaurante, supermercado, bar. Em vez de ficar em casa”, salienta o pesquisador.
A pesquisa foi realizada entre os dias 13 e 14 de fevereiro, com 400 entrevistas. O levantamento foi elaborado por meio de parceria entre Fecomércio, Uniderp/Anhanguera e Fundação Manoel de Barros.
Segurança e descanso – Para o campo-grandense os riscos de ir para a rua e a vontade de descansar são fatores que o distanciam da folia. “A segurança é precária. Aquela avenida Fernando Côrrea, Deus me livre”, afirma o taxista Jailson Borges, de 37 anos.Ele conta que também desistiu da festa em clubes e, neste Carnaval, o destino deve ser Rio Verde.
“Não sou contra, mas não gosto nenhum pouco. Campo Grande não é cidade de Carnaval, é muito fraco”, avalia o taxista Francisco Deon, de 49 anos.
Cuidadora de idosos, Cristiane Ferreira, de 31 anos, diz que só pensa na folga. “Trabalho segunda, quarta e sexta. Vinte e quatro horas. Sinceramente, não quero nem saber de Carnaval”, diz.