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Economia

Postos repassam reajuste maior e gasolina volta a custar até R$ 3,38

Caroline Maldonado | 21/08/2015 11:22
Em posto da região central da cidade, em que o litro da gasolina sai por R$ 3,389 (Foto: Simão Nogueira)
Em posto da região central da cidade, em que o litro da gasolina sai por R$ 3,389 (Foto: Simão Nogueira)

No início desta semana, a gasolina ficou mais cara em função de aumento no PMPF (Preço Médio Ponderado ao Consumidor Final), determinado pelo Confaz (Conselho de Secretários Estaduais de Fazenda). O valor é usado como parâmetro para cobrança do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). O reajuste na alíquota foi de 2,26%, mas nos postos em que antes se encontrava a gasolina por R$ 2,99, o aumento chega a 10% nesta sexta-feira (21).

Há posto na região central da cidade, em que o litro da gasolina sai por R$ 3,389 e o pior é que não compensa apelar para o álcool, que também teve reajuste na alíquota do imposto. A alta no preço médio ponderado para o etanol foi de 2,6%. Nas bombas, o combustível sai por até 2,19.

O aumento nos preços é inevitável, segundo o gerente de pista de um posto na avenida Mato Grosso. Ele não revela o reajuste feito pelas distribuidoras, mas diz que os preços subiram na terça-feira (18). “A distribuidora já repassou o aumento, então a gasolina que antes estava R$ 2,99, subiu desde terça-feira. A gente percebe que diminui o consumo quando o preço aumenta. A maioria dos postos está indo na mesma linha. Alguns estão fazendo preço promocional ainda, mas não sei como vai ser nos próximos dias”, comenta sobre o litro que hoje sai por R$ 3,389.

Quem abastece na região cogita o etanol, mas há controvérsias sobre a qualidade do produto e a diferença de preço. Para a empresária Sirlene da Rosa Muelas, 57 anos, recorrer ao álcool é vantagem. “Antes eu abastecia R$ 100 com gasolina e durava uma semana, mas nos últimos dias eu coloco a mesma quantidade e não dura 15 dias. Como a gasolina subiu muito, estou preferindo o etanol”, comenta.

Taxista há 10 anos, Ricardo Samaniego, até abastece com etanol, mas põe na ponta do lápis para ver se compensa, considerando custo e benefício. “Pode parecer que não compensa por álcool, porque a diferença teria que estar em 70%, mas não chega nisso. Além disso, o etanol evapora e gasta 30% a mais. Mas as vezes eu coloco, depende muito do meu orçamento”, explica.

Aumento é em função de reajuste feito pelas distribuidoras após mudança na alíquota, segundo postos (Foto: Simão Nogueira)
Aumento é em função de reajuste feito pelas distribuidoras após mudança na alíquota, segundo postos (Foto: Simão Nogueira)
Taxista há 10 anos, Ricardo Samaniego, até abastece com etanol, mas põe na ponta do lápis para ver se compensa (Foto: Simão Nogueira)
Taxista há 10 anos, Ricardo Samaniego, até abastece com etanol, mas põe na ponta do lápis para ver se compensa (Foto: Simão Nogueira)

O cuidado não é só com a diferença de preços. A qualidade da gasolina faz com que muita gente abasteça onde está mais caro sem reclamar. “Prefiro colocar onde o preço está mais alto, porque quando está baixo demais, com certeza alguma coisa há. Quando enche o tanque, você percebe a diferença no desempenho do carro. O meu carro particular, não abasteço onde tem promoção, porque não confio, acho perigoso”, alerta Ricardo.

Fiscalização – Do início de agosto até o último sábado (15), o preço médio da gasolina em Campo Grande subiu de R$ 2,959 para R$ 3,288, segundo levantamento da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). No Estado, em mesmo período, o preço médio passou de R$ 3,195 para R$ 3,365.

Atento ao "vai e vem" de preços nos postos de Campo Grande, o Procon (Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor) notificou 30 postos de combustíveis pedindo a justificativa para elevação repentina no preço da gasolina. Cada posto tem até dez dias para apresentar os documentos.

Segundo a superintendente do Procon, Rosimeire da Costa, muitos empresários já enviaram suas planilhas para justificar os preços e o órgão fará divulgação do resultado até o dia 28 deste mês. “Estamos analisando as planilhas. O que percebemos é que eles também tem interesse de provar que da parte deles não houve nenhuma vantagem”, disse.

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