Preocupação com gastos e quilos a mais reduz pedidos de delivery
Enquete revela que 59% das famílias evita o delivery, mas 41% prefere pedir comida
Um ano e seis meses de pandemia trouxeram gastos e quilos extras para muita gente. Motoentregadores e fãs de fast food admitem que a população está fugindo do delivery por motivos óbvios, mas isso não tem sido fácil. É preciso criar estratégias para frear o peso na balança e economizar.
Nesta semana, o Campo Grande News perguntou “sua família tem se alimentado mais no sistema delivery?” e 59% responderam que não. Ou seja, 41% ainda preferem o delivery. A votação equilibrada reflete o dilema do campo-grandense.
Com seis quilos a mais vindos com a pandemia, fanático por fast food assumido, o empresário Valter Antonio Ferreira Colman, de 31 anos, chegou a gastar R$ 70 por dia com comida nos últimos meses. Ele ensina como faz para gastar menos e segurar o peso, sem abandonar o delivery.
A estratégia para não engordar ainda mais, mesmo pedindo delivery nesse momento de “quase pós-pandemia”, é comer saudável no almoço e economizar na janta. Calma, que o Valter explica melhor:
“O jeito é pedir marmita no almoço, porque têm opções mais light, com salada, e deixar o lanche para o jantar, porque à noite, as opções mais saudáveis são mais caras", explica.
Valter conta que, no Centro, um marmitex com churrasco no almoço custa em torno de R$ 20. No jantar, a mesma marmita sai a R$ 50. "Então, a noite tenho que pedir lanche, que é mais gorduroso, porém custa menos”, conclui.
Pessoas ainda mais esforçadas que Valter fizeram as entregas diminuírem nos últimos meses em Campo Grande. O proprietário do restaurante Tempero Lima, no Bairro Estrela do Sul, Thiago de Lima Cabreira, de 36 anos, confirma que o movimento diminuiu.
“Criamos o restaurante na pandemia só para fazer delivery. Agora, a coisa mudou e 60% são vendidos por delivery, mas 40% é consumido aqui. Temos preços diferentes para entrega, retirada e consumo no local. Ainda têm as pessoas solteiras, idosas ou que não querem cozinhar e fazem pedidos, mas quem quer economizar, retira ou come aqui”, conta Thiago.
Na hora do almoço, uma das entregas do restaurante é para a recepcionista Thais Padilha, de 20 anos. Ela também engordou durante a pandemia e põe a culpa no delivery, mas o que pesa na consciência mesmo é o gasto.
"Tive que diminuir os pedidos por causa da fatura do cartão. Faço comida em casa para trazer ao trabalho. Só quando não dá mesmo que eu peço marmita", comenta.