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Economia

Produtores de soja e milho não terão como armazenar 40% da produção

Caroline Maldonado | 02/12/2014 13:06
Do total de armazéns de MS, 12% está nas propriedades dos agricultores e 25% é das cooperativas (Foto: Marcos Ermínio)
Do total de armazéns de MS, 12% está nas propriedades dos agricultores e 25% é das cooperativas (Foto: Marcos Ermínio)

Produtores de soja e milho de Mato Grosso do Sul não terão capacidade para armazenar 40% da produção da safra 2014/2015. Dos 14 milhões de toneladas de grãos que devem ser produzidos, apenas oito milhões de toneladas terão armazéns para depósito.

Não se pode afirmar que o déficit de armazenagem atinge os seis milhões de toneladas, pois parte desse volume não tem necessidade de ser armazenada, sendo comercializada logo após a colheita, conforme explica o técnico do departamento de produção da Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Justino Mendes.

Segundo o técnico, embora não se tenha o número exato da quantidade de grãos que não se pode armazenar, sabe-se que o volume é significativo e os produtores ficam prejudicados com a situação, que se assemelha em todo o país.

De acordo com dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), dos 200 milhões de toneladas de grãos que devem ser produzidos na safra atual, 40 milhões não terão como ser armazenadas, o que representa 20% do total. Sem poder estocar o produtos, os produtores são obrigados a negociar o quanto antes, mesmo que o preço não proporcione a lucratividade desejada.

Do total de armazéns do Estado, 60% é de empresas e indústrias, 12% está nas propriedades dos agricultores e 25% nas cooperativas, de acordo com Justino. “O armazém na propriedade é vantagem, porque que no pico da colheita o produtor não fica pressionado com relação ao preço. Ele segura o produto e pode vender na época que achar melhor”, explica o técnico.

As condições de armazenagem no Estado já foram melhores, conforme Justino, mas a produtividade cresceu além da capacidade armazenadora. “A produção em Mato Grosso do Sul começou sendo estocada em armazéns da Conab, mas em função do aumento de produção já não são mais suficientes e a companhia aumentou a capacidade”, afirma o técnico.

A solução para os agricultores investir da construção de armazéns nas propriedades por meio do PCA (Programa para Construção e Ampliação de Armazéns) do Governo Federal, lançado junto ao Plano Agrícola e Pecuário de 2013/14. O programa prevê investimento de R$ 25 bilhões para os próximos cinco anos. “Os recurso é subsidiado com prazo e carência, portanto vai depender de cada produtor fazer um estudo e analisar a possibilidade de aderir”, destaca Justino.

Conab – Quatro de 12 unidades armazenadoras que a Conab mantém em Mato Grosso do Sul estão desativadas. Recentemente, a Conab informou que devem ser colocadas à venda unidades armazenadoras de Glória de Dourados e de Pedro Gomes. O processo de venda faz parte do Plano Estratégico de Modernização da Conab. Os demais armazéns estão em Chapadão do Sul e Campo Grande.

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