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Economia

Produtores pedem que Cade atue contra domínio de frigoríficos

Fabiano Arruda | 27/04/2012 20:39
Presidentes da Acrissul, Francisco Maia, e da UDR, Luiz Antonio Nabhan, e o vice do Sindicato Rural de Campo Grande, Oscar Sturck, participam de debate nesta sexta. (Foto: Pedro Peralta)
Presidentes da Acrissul, Francisco Maia, e da UDR, Luiz Antonio Nabhan, e o vice do Sindicato Rural de Campo Grande, Oscar Sturck, participam de debate nesta sexta. (Foto: Pedro Peralta)

Produtores rurais querem ir ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e Ministério da Justiça para cobrar investigação sobre o dominío de pelo menos três grandes grupos frigoríficos na atividade de abate de bovinos no País. Até a sugestão de criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) no Congresso Nacional foi ventilada.

O assunto, levantado de forma mais incisiva nesta semana pela Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), foi tema de debate com transmissão ao vivo pelo Canal do Boi na noite desta sexta-feira em Campo Grande.

As informações divulgadas apontam, baseadas em dados da ABIEC (Associação Brasileira das Indústrias Exportadores de Carne), que quatro grandes empresas frigoríficas concentram o abate de animais no Brasil. Além disto, as empresas foram criticadas por possuir capacidade osciosa, o que gera prejuízos à cadeia da carne, segundo os produtores.

Conforme os números, em Goiás, de 2 milhões de cabeças de gado abatidas em 2011, 72% ficaram nas mãos do JBS, Mafrig e Minerva.

Em Mato Grosso 48% dos abates é concentrado pelo JBS, segundo aponta a UDR (União Democrática Ruralista). Segundo a entidade, a marca está próxima de ser igual em Mato Grosso do Sul.

Presente no debate, o presidente da Acrissul, Francisco Maia, considerou o caso como a situaçao mais preocupante na atividade rural atualmente. Ele lembrou que o Estado tem cerca de 60 mil inscrições de propriedades rurais e apenas três grupos para o abate de carne.

"Estamos produzindo bem, o problema pode ser a comercialização. Os pecuaristas são o lado fraco da questão. Nos últimos cinco anos, O BNDES investiu aproximadamente R$ 15 bilhões para os grandes grupos frigoríficos e a dose foi alta", explicou, repudiando que o dinheiro público "asfixie" a pecuária e cobrou união dos produtores na discussão do tema.

O presidente da UDR, Luiz Antonio Nabhan, considerou a concentração de mercado "gravíssima" e que o produtor rural no País tem pago para produzir. "Até agora só não houve uma falência generalizada por conta da migração de outros mercados, como o da cana-de-açúcar", explica.

Já o vice-presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, Oscar Sturck, lembrou que o Cade prevê multas milionárias a empresas que concetram atividades em diferentes segmentos.

No debate, a emissora informou que fez convite ao JBS e Mafrig para que enviassem representantes ao debate, mas não obtiveram resposta.

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