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Economia

Tereza Cristina nega que deixará comando do Ministério da Agricultura

Ela frisou que permanecerá no cargo dentro do Governo enquanto esta for a vontade do presidente Jair Bolsonaro

Rosana Siqueira | 03/05/2020 09:26
Ministra da Agricultura frisa que não deixará o Governo. (Mapa)
Ministra da Agricultura frisa que não deixará o Governo. (Mapa)

A ministra da Agricultura Tereza Cristina negou as especulações crescentes nos bastidores de que está descontente e gostaria de deixar o cargo. Em entrevistas concedidas neste fim de semana, ela frisou que permanecerá enquanto esta for a vontade do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Mesmo assim, admitiu que  "às vezes discorda de posicionamentos públicos" do chefe e pessoas ligadas ao governo.

Recentemente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente da República, entrou em conflito com representantes da China após compartilhar publicações que responsabilizam o país asiático pela pandemia do novo coronavírus.

Também o ministro da Educação, Abraham Weintraub, se envolveu em uma crise semelhante. Weintraub viu ser aberto contra si, perante ao STF (Supremo Tribunal Federal), um inquérito para apurar um possível crime de racismo que teria ocorrido em uma publicação com ironias de linguagem a respeito do País.

A ministra Tereza Cristina reafirmou que o Brasil deve cultivar uma boa relação com a China. Ela alega que o país asiático é o principal parceiro comercial dos produtores brasileiros e que, portanto, um desentendimento poderia prejudicar as exportações.

"Nós temos uma vocação agrícola e a China é o maior parceiro comercial do Brasil. Eu não poderia deixar de externar isso para dentro e para fora do governo. Os números estão aí, eles falam por essa minha posição".

Produção – Tereza voltou a afirmar que o Brasil não corre risco de desabastecimento de alimentos por conta do coronavírus. “Os problemas foram superados" e que não há risco de desabastecimento no país diante da pandemia do novo coronavírus”, afirmou.

"Não temos nenhum problema que nos leve a pensar em qualquer dificuldade com abastecimento no Brasil", disse. Apesar dessa avaliação, a ministra afirmou que a pasta faz "acompanhamento diuturno" da situação, com foco especial para a questão de logística, na distribuição dos alimentos pelo país.

Um dos setores que devem ter apoio neste momento, segundo a ministra é o setor sucroalcooleiro, que, segundo ela, está sendo afetado neste momento pela pandemia e pela crise global no preço do petróleo. A ministra cobrou que o governo dê uma "sinalização" ao setor sobre a questão, que, segundo ela, está sendo discutida com os ministros da Economia, Paulo Guedes, e de Minas e Energia, Bento Albuquerque.

"Temos que dizer o que podemos e o que não podemos fazer para que esse setor tenha previsibilidade", disse. "O planejamento já está atrasado. Nós temos que dar essa resposta urgente", cobrou. O setor, segundo ela, quer benefícios em relação à dois tributos, a Cide e o PIS/Cofins, mas não detalhou como isso se daria.

Medidas - Outras medidas econômicas do governo destacadas pela ministra têm como objetivo minimizar as dificuldades do setor agropecuário, sobretudo os produtores rurais, devido à pandemia do novo coronavírus. Entre elas estão o acesso dos produtores ao crédito e antecipação de benefícios e garantias, como forma de assegurar renda para pequenos, médios e agricultores familiares.  Foram priorizados os setores mais impactados, como hortifrúti, leite e flores.

Em apoio às cooperativas, agroindústrias e cerealistas foi autorizado o financiamento para estocagem e comercialização com recursos do crédito rural, com limite de R$ 65 milhões por beneficiário.

Tereza Cristina disse que neste momento o governo discute como será o Plano Safra 2020/2021, e que espera que ele seja maior que nos anos anteriores. “Sabemos que a agropecuária será uma das primeiras que pode retornar depois do coronavírus. Essa é uma atividade que o Brasil sabe que vai ser a alavanca desse novo momento pós-coronavírus”.

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