Após pandemia, escolas ajustam contratos com receio de novas crises
Enquanto umas já atribuíram descontos, outras deixaram claro que podem aplicar aulas on-line, se necessário
A pandemia da covid-19 amenizou, mas deixou muitas pessoas e trabalhadores preparados para tentar conter futuros problemas financeiros. É o caso de algumas escolas particulares de Campo Grande, que fizeram ajustes nos contratos se precavendo contra eventuais crises sanitárias.
Na visão do presidente do Sinepe-MS (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino de Mato Grosso do Sul), Audie Andrade Salgueiro, o cenário sinalizou atenção redobrada para imprevistos.
“Existe uma preocupação por parte das instituições particulares sobre essas questões, no intuito de garantir e continuar a prestação de serviço, caso tenhamos algum episódio diferente, pandemia, por exemplo, cuidando da segurança e da saúde dos nossos alunos e seus familiares, sem abalar o equilíbrio financeiro das instituições. Com certeza, a pandemia trouxe várias mudanças, inclusive para a administração das instituições de ensino”, ressaltou.
Enquanto umas já atribuíram descontos, outras deixaram claro que podem aplicar aulas on-line, se necessário.
O proprietário do colégio Impacto, Ivan Rossi, disse que incluiu a cláusula de aulas remotas. “Foi necessário incluir a cláusula das aulas on-line, mesmo estando respaldados pelo Ministério Público, devido à discordância de alguns pais, que alegavam que não tínhamos cumprido o contrato estabelecido na época. A escola não interrompeu suas atividades; os professores, inclusive, dedicaram-se ainda mais, redobrando esforços para proporcionar o melhor possível”, pontuou.
Da mesma forma, o Montessori também optou por especificar possibilidade das aulas on-line no contrato, desde 2021, conforme explica o advogado da escola, João Ricardo.
Já na escola de Educação Infantil Conquistar, além da modalidade on-line, foi inclusa uma cláusula de descontos de 10% a 20% para casos de pandemia e demais crises sanitárias.
De acordo com a diretora e dona da escola, Glaucilyne Cuellar, o impacto causado pela covid-19 fez com que algumas atitudes fossem mudadas.
“Diante da pandemia, todos fomos afetados, como empresa, nós da classe escola particular levamos um baque inesperado, muitos alunos cancelaram o contrato. Considerando todo esse quadro crítico, resolvemos acrescentar no contrato para quaisquer eventualidades”, explicou.
No caso do colégio Status, o proprietário Lúcio Rodrigues Neto diz que não acha que a mudança no contrato proteja as duas partes, mas que em caso de emergência entende como caso de força maior fazer algum tipo de alteração.
Mensalidade – Em setembro deste ano, algumas escolas de Campo Grande já tinham reajustado o valor da mensalidade para o próximo ano. Algumas já haviam reajustado acima da inflação, chegando até a 22,73%.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) da Capital acumulou alta de 3,37% no ano e, nos últimos 12 meses, de 3,94%.
Segundo a Associação das Escolas Particulares, Campo Grande tem 180 estabelecimentos de ensino.
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