Escola da Capital completa 100 anos como “família de contrastes”
Alunos e professores da Joaquim Murtinho celebram centenário com exposições e apresentações culturais
A Escola Estadual Joaquim Murtinho celebra nesta quarta-feira (15) 100 anos da fundação da instituição. Professores, alunos e até ex-alunos se reuniram para o evento de comemoração.
Uma turma de 2017 desenterrou uma cápsula do tempo, mas outra será guardada para uma nova geração. “Colocaremos duas cartas, uma para ser aberta daqui a 15 anos e outra em 100 anos”, disse o diretor da unidade, Cláudio Morinigo Ribeiro.
Professora de Geografia, Ana Flávia Alexandre trabalha na unidade desde 2004 e ressalta a conexão entre todos os membros da comunidade. “É um desafio de acessibilidade, de conhecimento, estruturas cognitivas e questões emocionais. Somos uma família de muitas diferenças e contrastes”, afirmou.
A festa do centenário vai até as 20h, para que os alunos dos três turnos possam apresentar seus trabalhos. Há exposições e show de talentos.
Um outro grupo de estudantes foi responsável por contar a história da escola por meio de maquetes: uma representando o primeiro prédio e outra mostrando o atual, existente desde 1926.
“Levamos três semanas e fizemos a maquete do prédio novo em várias etapas. Gosto muito de estudar aqui, por conta da estrutura, da tranquilidade e dos professores, que são muito bons”, conta Maria Eduarda Serpa Santos, de 16 anos.
Gabriel William Marques, 22, deixou a unidade em 2020 por problemas pessoais, mas fez questão de retomar os estudos ali mesmo. “É uma escola conhecida até fora daqui, por conta da qualidade e dos professores. Estou orgulhoso de poder voltar para concluir”, comentou.
Renata dos Santos Ribeiro, 16, já passou por três escolas e considera a Joaquim Murtinho a melhor em que já estudou. “Os professores me ajudam. Quando a gente entra, não quer ficar, mas já pensei que está acabando”, disse a jovem, que está no 3º ano do ensino médio
Mesmo quem concluiu os estudos há pouco tempo sente falta e fez questão de participar, como a estudante Júlia Ester Ferreira, de 18 anos. “Antes de vir para cá, eu e meu pai procuramos pela melhor escola pública e só tivemos boas referências daqui”, relembra.
Entenda – O prédio construído para abrigar a escola foi projetado pelo engenheiro e arquiteto Camillo Boni e inaugurado em julho de 1926. A estrutura inicial contava somente com nove salas e servia para receber os alunos de famílias em condição de vulnerabilidade social.
No entanto, apesar de a escola ter, tecnicamente, 96 anos, a direção considera 13 de junho de 1922 como a data oficial de criação. Depois disso, o prédio inaugurado na Avenida Afonso Pena em 1926 foi demolido na década de 1970 durante o governo de José Fragelli, e então foi erguida nova estrutura.