MS sai na frente com a aplicação de realidade virtual no tratamento do autismo
Em 2022, o progrma vai investir aproximadamente R$ 3 milhões em empreendimentos inovadores do Estado
O Programa Centelha, fruto de parceria entre Governo do Estado e Ministério da Ciência, que visa estimular a criação de empreendimentos inovadores e disseminar a cultura empreendedora no Mato Grosso do Sul, tem auxiliado boas ideias, principalmente no campo da tecnologia.
O programa oferece capacitações, recursos financeiros e suporte para transformar ideias em negócios de sucesso. Na primeira edição, o projeto “apadrinhou” um projeto inovador de realidade virtual para auxiliar o tratamento do autismo.
Seguindo a terapia ABA (Análise do Comportamento Aplicada), que reforça bons comportamentos para que um indivíduo diagnosticado com autismo se torne independente, o administrador Antônio Almeida e a psicóloga Francyelle Marques de Lima, desenvolveram um software que reproduz diversas situações sociais como um passeio no shopping, uma ida ao mercado, à escola e outras situações que envolvem emoções.
"O software tem a inteligência artificial que faz uma interação. A própria criança fala, o software vai levando ela a fazer esses treinos de olhar uma situação como se fosse na vida real, o que está acontecendo, e levar ela, nesse primeiro momento, a reconhecer os sentimentos. Essa é uma das maiores dificuldades das pessoas com autismo”, afirma Francyelle.
De forma mais detalhada, o desenvolvedor explica a funcionalidade do equipamento instalado em óculos de realidade virtual. “Um exemplo que acontece no software é quando um menino está jogando videogame, passa de fase e fica feliz. Ele comemora e o jogador, que é a criança, responde qual o sentimento do menino. O software identifica a resposta da criança e dá um prêmio se ela acertar. Se ela errar, o software vai dando dicas até que ela acerte”, explica o administrador.
Inicialmente, os testes estão sendo feitos com crianças e adolescentes atendidos pelo iABA (Instituto de Análise do Comportamento Aplicada). A mãe de um jovem autista, Cristiane Leopoldina Rocha Soares, de 40 anos, comemora a invenção que tem auxiliado o filho a em reconhecer expressões.
“Achei tão fofo ele participar do projeto porque ele conseguia entender, falar. Ele até comenta que, participando do projeto, está ajudando outros autistas. Isso é importante. Quando vejo ele fazendo os testes com o óculos fico encantada”, frisa a mãe.
De acordo com o diretor do instituto que está testando a tecnologia, André Varela, o uso da realidade virtual no tratamento do autismo é amplo e possibilita novas realidades. “A gente vendo que isso é possível de melhorar de fato para uma possibilidade abre margem para desenvolvermos novos produtos e ajudar em várias outras situações que a pessoa com autismo precisa e a gente poderia até estender um pouco, se ajuda as pessoas com autismo, com certeza ajudariam várias outras pessoas que também podem ter dificuldades psicológicas e comportamentais", avaliou.
Ideias - O Programa Centelha está em sua 2ª edição. A primeira edição selecionou 30 projetos, dentre eles que auxilia pessoas com autismo. Neste ano, o programa vai selecionar 50 projetos com investimento de aproximadamente R$ 3 milhões.
As inscrições para a nova edição seguem abertas até o dia 10 de março, por meio do site: https://programacentelha.com.br/ms/