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Educação e Tecnologia

Pesquisa irá mapear acesso de mulheres negras a cursos de universidades públicas

Estudo será realizado a partir do 2º semestre na UFMS, UEMS e na UFGD

Silvia Frias | 10/06/2023 12:51
Levantamento será realizado na UFMS e em outras duas universidades públicas do Estado. (Foto/Arquivo)
Levantamento será realizado na UFMS e em outras duas universidades públicas do Estado. (Foto/Arquivo)

A partir do segundo semestre do ano, pesquisa da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) vai investigar o acesso de mulheres negras, por meio de cotas raciais, aos cursos de graduação das universidades públicas de Mato Grosso do Sul. Objetivo também é analisar os programas de permanência a essas estudantes e aperfeiçoar o sistema.

As instituições estudadas serão as universidades Federal e Estadual de Mato Grosso do Sul (UFMS e UEMS) e a UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados). O trabalho será coordenado pela professora Eugênia Portela. A pesquisa foi aprovada no edital Mulheres na Ciência Sul-mato-grossense da Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul) e deve iniciar no segundo semestre deste ano.

De acordo com a professora, a presença de mulheres negras na educação superior é recente e resultado de anos de luta por visibilidade e pelo direito à educação. Não está relacionada apenas ao pertencimento étnico-racial, mas também ao nível econômico, à pobreza e à origem familiar.

O recorte temporal do projeto será de 2017 a 2021. Os pesquisadores já possuem alguns dados quantitativos sobre o ingresso, registrados nos sistemas de seleção de cada instituição e também levantados em pesquisas de mestrado e doutorado orientadas pela professora. O próximo passo é fazer a revisão bibliográfica para embasamento do estudo, analisar os dados quantitativos e documentais já obtidos e entrevistar as cinco estudantes negras que serão selecionadas dos cursos mais e menos concorridos de cada instituição.

“A partir dos teóricos que discutem as relações étnico-raciais vamos analisar de que forma ocorre essa presença da mulher negra no ensino superior e o elemento ‘fortalecimento de identidade’. Então vamos trabalhar com: política da educação superior, política afirmativa, gênero feminino e identidade negra”, disse.

Os resultados da pesquisa devem compor o panorama nacional de estudos sobre os impactos das políticas afirmativas no ensino superior. “É muito significativo contribuirmos com esse cenário e para mim especificamente, que sou mulher negra, é mais significativo ainda conseguir mapear e saber qual o impacto dessa política na vida dessas graduandas”, finalizou a professora.

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