Suspeito de fraude no currículo, ministro pede demissão após só 5 dias no MEC
Depois de 5 dias no cargo, o professor Carlos Alberto Decotelli pediu demissão ao presidente Jair Bolsonaro nesta terça-feira (30). Foi a passagem mais rápida de um ministro pela pasta. Ele sai depois da péssima repercussão sobre informações falsas incluídas em seu currículo. Decotelli também é acusado de plágio na dissertação de mestrado.
Ele deveria tomar posse oficilamente ontem, mas depois de reportagens sobre a fraude, a cerimônia foi desmarcada.
O Planalto já fala em Anderson Correia, atual reitor do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), como provável substituto. Mas nos bastidores também são citados os nomes do secretário de Educação do Paraná, Renato Feder, do ex-assessor do MEC, Sérgio Sant'Ana, e do conselheiro do CNE (Conselho Nacional de Educação) Antônio Freitas,
No final da tarde de segunda-feira, Decotelli se reuniu com o presidente e após a conversa disse que continuava ministro, mas no meio da tarde de hoje foi confirmada a saída.
A permanência ficou complicada depois de nota da Fundação Getúlio Vargas (FGV) negando que o ministro tenha sido professor das escolas da instituição, conforme constava em currículo apresentado por ele.
Contra ele, também há suspeita de doutorado falso pela Universidade Nacional de Rosario, da Argentina, além de pesquisa de pós-doutorado na Universidade de Wuppertal, na Alemanha. O reitor da instituição argentina, Franco Bartolacci, negou que ele tenha obtido o título, assim como a universidade alemã..
Decotteli foi escolhido para suceder Abraham Weintraub, demitido após 14 meses no cargo. Ele saiu após uma série de polêmicas com o STF (Supremo Tribunal Federal).
O MEC já teve 4 ministros desde a posse de Jair Bolsonaro. Ricardo Vélez Rodríguez saiu em abril de 2019, Ricardo Vélez Rodríguez deixou o cargo em 18 de junho, e o interino Antonio Paulo Vogel ficou até 25 de junho, quando Decotteli assumiu.